Origem do Autódromo do Quebra Coco

 


Esse blog é para registrar o histórico de criação do circuito de Autorama Estrela que montamos no playground do prédio onde moro. A primeira metade fala sobre minha curta história com o Autorama enquanto a segunda parte descreve a construção e uso do Autódromo do Quebra Coco. No final de tudo deixo uns links e fotos para quem quiser ler ou conhecer mais sobre os autoramas.

Eu nunca tive Autorama quando criança. Era um brinquedo muito caro e eu não tinha amigos que o tivessem para me incentivar a investir nisso. Eu focava os gastos possíveis em bicicleta e pipa, que eram minhas diversões principais em Ramos, na minha infância. Lembro que entre 1980 e 1982 um grande amigo (Luis Claudio) ganhou um TCR - que na época entendíamos como um rival do Autorama, com a vantagem de permitir ultrapassagens entre os carros e tinha um terceiro carro trapalhão (Jam Car) sobre o qual não havia controle e que dava mais emoção às corridas. Mas quando ele ganhou o brinquedo tive uma grande decepção: os carrinhos eram minúsculos (TCR era 1:64 e o Autorama Estrela era 1:32 ou maior)  e as ultrapassagens não eram tão legais como a propaganda mostrava. A propaganda dos Autoramas da Estrela também era bem legal, mas os circuitos eram pequenos e o fato de não permitir ultrapassagens não me animaram o suficiente para tirar prioridade das bicicletas. Como não podia ter as duas coisas, minha opção clara e segura eram as bicicletas.

Na adolescência, quando mudei para a Ilha do Governador, conheci uma pista de autorama (ou de carros de fendas ou Slot Cars) numa loja no “Submundo” (um centro comercial no bairro onde morava). Ali descobri que autorama podia ser bem interessante, com a preparação dos carros, com corridas em pistas grandes e com vários carros juntos. Percebi que não poder mudar de fenda não era um problema. Só que nessa época eu já estava namorando e tinha moto. E aí todo o meu pouco dinheiro e tempo ia para estas duas paixões... Então ainda continuei longe dos autoramas.

Em 2010 me reaproximei de um grande amigo da adolescência (Sandro). Ele, que sempre foi doido (e rico), tinha virado colecionador de um monte de bugigangas. Algumas delas eu também curtia e o acompanhei algumas vezes numa feira de antiguidades da Praça XV, onde ele caçava essas quinquilharias. Dentre um monte de cacarecos que ele comprava lá, o Autorama me chamou a atenção. Na 3ª. vez que fui lá com ele acabei comprando meu primeiro Autorama Estrela, sem nunca ter montado um deles antes. Aí começa a história que conto a seguir, com minha “vasta” experiência atual (maio de 2022) de 1 ano e 10 meses no Autorama...

 

Compra do primeiro Autorama Estrela

Perto de 2011, na tal feira de antiguidades da Praça XV comprei meu primeiro Autorama Estrela. Era o pequeno conjunto Interlagos, um circuito um em forma de 8 (ver Fotos a seguir), com 14 segmentos (6 retas e 8 curvas). Veio com uma Ferrari e uma Lotus do Senna. Mas o Sandro é fanático pelo Senna e disse que só deixaria eu comprar aquele conjunto (não tinha outro na feira naquele dia) se eu cedesse a Lotus para ele, que coleciona carros do Senna. Em troca ele me daria um outro (nem lembro qual carro era), que acabou sumindo entre 2011 e 2020. 

Autorama Estrela Série Pole Position Ayrton Senna - Circuito Interlagos


Circuito Interlagos Montado - aproximadamente 1,5m x 0,70m

Compra da pista de madeira (2012?)

Uma semana após a compra da pista em forma de 8, já não havia mais graça e ela ficou guardada, pois era apenas um brinquedo, com pouca emoção e eu já estava nos 40 anos... Aí Sandro surge com uma "brilhante" ideia: tinha visto o anúncio de uma pista de madeira de 4 fendas à venda em São Paulo por 800 reais. Falou comigo, Beto e Flávio para dividirmos o custo entre os 4 e ele conseguia transporte para trazer a pista de graça. A proposta era montar no meu playground que tinha espaço e não era usado por crianças. Todos acharam que teríamos um autorama profissional e acabamos comprando a pista. Montamos no play e quando alguém voltou de uma viagem para fora do país trouxe alguns carros SCX para nós. Eu peguei 2 NASCARs e 1 Morgan. O Morgan acendia Luzes e era bem legal. Um dos NASCAR corria pra caramba. O outro nunca funcionou direito. Ainda tenho esses 3 carros funcionando. Flavio, Sandro e Beto também compraram seus carros. Sem conhecer bem do negócio compramos, no Gerard (atual GTR), uns ímãs mais fortes e colocamos no lugar dos originais. O carro segurava muito mais nas curvas. Hoje me arrependo disso pois prefiro que o carro derrape e eu precise dosar o acelerador para não derrapar onde não deve. Dois ou três meses depois de montarmos a pista, perdemos o interesse nela pois, apesar de ter 4 fendas, não era um circuito interessante. Era monótono. Deve ter sido feita para casas de festa. Para isso servia bem. Temos 2 vídeos no canal PasseiosOffRoad, no YouTube, desta época.


Pista de Madeira no Playground
Pista de Madeira no Playground

Reinício durante a pandemia (8 anos depois)

Eu estava trabalhando em Home Office e as crianças em aulas remotas desde o início da Pandemia. Estávamos bem isolados em casa, saindo apenas para lugares abertos e sem aglomeração. Em setembro de 2020 estávamos ficando sem opções do que fazer no isolamento dentro de casa. Já tínhamos passado por vários quebra-cabeças grandes, jogos, videogames incluindo Atari (Pac-man. Space Invaders, Hero, Seaquest), Wii (Super Mario Bros., Sports, Mario Kart, Guitar Hero) e XBox One (Call of Duty, Forza, Minecraft), poker, além de livros e LPs. Comecei a pensar em montar uma pista de autorama maior em casa para brincarmos todos juntos, já que eles tinham brincado, quando bem pequenos, na pista de madeira e depois em uma ou outra casa de festa. Achei que todos curtiriam. Fui procurar informações na internet para ver se eu ficava na Estrela (que não fabricava mais Autorama) ou se partia para as marcas importadas que ainda fabricam (SCX, Carrera, Scalextric). Percebi que ainda havia muita mistura analógico x digital. No início me animei com o digital por ser o mais atual e pela possibilidade de colocar mais carrinhos para correrem juntos e poderem trocar de fendas. Mas comecei a ver algumas reclamações também e até vi pessoas que tinham comprado digital e estavam voltando para o analógico. Comecei a procurar no Mercado Livre e vi que ainda dava para encontrar pistas, carros e acessórios Estrela. Com as Curvas de 30 graus (que só conheci/entendi a finalidade na Pandemia) e as Curvas Inclinadas, minha preocupação com a simplicidade dos traçados Estrela diminuíram muito (todos os circuitos que, até então, eu tinha visto de Autoramas Estrela eram pequenos e pouco variados, formados por retas e curvas de 60 graus apenas). Com os novos conhecimentos, acabei optando por ficar no “Universo Estrela”. Eu só conhecia os carros tipo Fórmula 1 e um outro tipo (que eu achava que era das corridas de Marcas e Pilotos, mas na verdade acho que eram os Fiats). Nestas buscas comecei a conhecer vários outros carros que tinham, não apenas a aparência diferente, mas eram realmente diferentes em termos de chassis, mecânica em geral e comportamento nas pistas. Passei a sonhar em ter uma pista grande com 4 fendas, com traçado variado e carros com diferentes comportamentos, inclusive Réplicas de fora do “Universo Estrela”. No final de outubro de 2020 comecei a procurar fontes, aceleradores, mais 2 Fórmulas 1, pistas, especialmente curvas de 30 graus com os seus acostamentos e Curvas Inclinadas (que eu só tinha visto com o Sandro, mas acho que nunca tinha andado nelas). Descobri que não era tão fácil comprar curvas de 30 graus e mais difícil ainda achar os acostamentos para elas. Descobri também que não existiam acostamentos internos para essas curvas de 30, já que elas foram feitas para serem usadas por fora das curvas de 60 graus, para quem queria montar um circuito com 4 fendas. Depois de comprar um pouco de cada coisa e o primeiro F1 (uma McLaren-Mercedes Flecha de Prata) para se juntar ao meu Ferrari, montei uma pista simples no chão em dezembro de 2020. Andava com este F1 McLaren-Mercedes, recém comprado, contra o F1 Ferrari que ainda funcionava e tinha vindo no meu primeiro Autorama comprado em 2011. A pista ficava no chão da sala (tínhamos que passar por cima da pista para atravessar a sala). Mas como estávamos isolados e éramos só nós 4 (Eu, esposa e 2 filhos), conseguimos manter assim por umas semanas. Foram 4 pistas diferentes no chão. Luciana e Gabriela curtiram muito. Fizemos várias corridas e brincadeiras. Quando consegui a primeira CI, montamos um oval com a maior extensão possível (uns 2,5 metros de comprimento). Era uma CI de um lado e uma curva de 180 graus formada por curvas de 30 do outro. Curtimos muito também. Com o tempo percebi que as curvas inclinadas tinham uns terminadores nas entradas e saídas de curvas que eram mais longos do que os terminadores comuns e o conjunto de CI que eu havia comprado não veio com eles. Comecei a procurar e era difícil de achar. Na compra da outra CI eu já fiquei atento a isso. Em dezembro/20 e janeiro/21 fizemos outros circuitos e gravamos uns vídeos usando uma GoPro fixa no F1 recém comprado (que tinha um motor forte, que depois descobri ser conhecido como “latinha”) e num Nascar SCX, que eu já tinha da época da pista de madeira.
Primeiro circuito montado na sala

Circuito Oval com Curva Inclinada

Vídeo Circuito "8" grande, assimétrico com "Câmera On-Board"
"Making Off" da primeira tentativa de gravar com "câmera on-board" (GoPro)

Montagem da Pista em 2 placas de madeira (total de 2,45 x 1,45m)

Depois de experimentar algumas pistas no chão e de cansarmos de ficar pulando a pista, resolvemos sacrificar a mesa da sala para colocar uma pista em cima dela. Ainda estávamos na pandemia (janeiro de 2021) e muito isolados. Ficávamos procurando atividades para fazermos juntos. O Autorama parecia que mobilizaria todos. Luciana, Yuri e Gabriela participaram bastante da montagem. Em 23/1 comprei 2 placas de compensado e pedi para cortá-las nos tamanhos que, somados ocupassem o maior espaço possível mas coubessem na sala, sobre a mesa. Com as sobras das placas pedi para cortarem também “ripas” para fazer as proteções laterais para os carrinhos não caírem. Nesse ponto eu errei 2 vezes: Devia ter feito a pista numa única placa de compensado porque não foi trivial emendar as 2 placas.  E as laterais fiz com 5 cm e ficaram muito baixas. Hoje faria com 15 cm. Luciana comprou feltro verde para cobrirmos a madeira e para proteger a mesa da sala. No domingo 24/1, depois de algumas tentativas frustradas, conseguimos juntar e fixar as duas placas (gerou um peso extra muito grande e “desequilibrou” o conjunto. Tive que improvisar uns pequenos “tocos” de madeira para manter o equilíbrio. No próprio domingo, depois de algumas tentativas, já tinha a versão da pista que ficaria fixada ali. Infelizmente não daria para colocar Curva Inclinada nesta pista, pois ela teria que ficar encostada atrás do sofá quando precisássemos da mesa (e a CI ocupa pelo menos uns 20 cm na altura e ia acabar quebrando atrás do sofá).
Base montada para aparafusar a pista. Placas já unidas e cobertas com feltro por cima e por baixo

Simulamos alguns traçados que encaixavam ali e escolhemos esse.

A pista ficou com 28 segmentos (11 retas, 2 curvas de 30 e 15 curvas de 60 graus) e fiz um jumper sem solda, que tinha visto num vídeo do YouTube do Cedric (aliás, o Cedric tem vários ótimos vídeos). Com isso, uma única fonte Estrela conseguia energizar bem toda a pista.

Primeiro circuito fixo (aproximadamente 8 metros de extensão)

Não havia ponto nenhum com perda de energia. Ao longo do tempo, Gabriela e Luciana ajudaram muito: fizeram Dioramas, pintura das proteções laterais etc. Toparam, também, o desafio de fazer uma torre e boxes semelhantes aos do autódromo de Jacarepaguá. Ficaram muito legais!
Gabriela pintando as proteções laterais

Pintura das proteçoes

Proteções pintadas

Um dos Dioramas das meninas: "Casinha Ferrari"


Torre e Boxes no estilo do antigo Autódromo de Jacarepaguá-RJ

Torre de Cronometragem
Boxes


Telemetria

Pouco depois de ter a pista montada e operacional, Yuri já estava se desinteressando pelo Autorama. Ele gostava da competição e era chato ficar contando voltas (os contadores mecânicos da Estrela não funcionam direito e, às vezes, ainda atrapalham o desempenho dos carrinhos). Eu vi que os autoramas digitais tinham telemetria. Imaginei que tivesse alguma alternativa para os analógicos e fui procurar algo parecido com um contador de voltas. Acabei descobrindo que tinham algumas opções, fáceis de adaptar nos Estrela também. Depois de algumas consultas, comprei com o Cássio, do RS. Em 17/2/21 chegou a Telemetria. Algo veio com problema (não sei se no Arduino ou no cabo - ou na fixação do cabo no Arduino. - mas o Cassio enviou outro assim que detectou o problema pelos vídeos que fizemos). Já em 24/2 a Telemetria estava funcionando! Tudo baseado numa fotocélula e num Arduino. Simples e eficiente sendo possível, até, simular Pit Stop para reabastecimento. Achei que com a telemetria o Yuri se animaria mais. Mas só curtiu no começo…

Fotocélula para a Telemetria instalada ao lado dos trilhos da pista Estrela

Telas do Race Coordinator - software gratuito que controla a Telemetria 

Tentando evoluir o circuito no pequeno espaço disponível, percebi que em algumas saídas de curvas comuns, era legal usar os terminadores de curva das Curvas Inclinadas, pois eram mais longos e dava para acelerar mais, pois ficava um trecho maior com acostamento. Como eu não estava conseguindo comprar estes terminadores longos fora dos conjuntos de CI, acabei comprando balsa (aquela madeira usada por aeromodelistas) na espessura das pistas Estrela (6,3 mm) e fiz, de modo artesanal, estes terminadores para entradas e saídas de curvas com ela, usando os terminadores que vieram na 2ª. CI como modelo. Abaixo tem 2 fotos mostrando um destes terminadores feitos em balsa. Eu não tenho nenhuma experiência com madeira...então foi o que deu...Mas encaixaram e resolveu meu problema. 

Terminador longo (das CIs) feito artesanalmente em balsa

Detalhe do Terminador feito em balsa

Fizemos numa impressora jato de tinta umas "zebras" em vermelho e branco e colamos nos acostamentos internos e externos das curvas. E assim consideramos que a pista estava finalizada. Curtimos por alguns meses; umas vezes os 4, outras vezes os 3. Às vezes pegava Luciana e Gabriela brincando sozinhas na pista que elas ajudaram muito a construir. Tem alguns vídeos do Yuri se acabando de rir com as reações da Gabriela. Foi um bom investimento durante o nosso isolamento. Uniu bastante nós 4 numa atividade conjunta. Gravamos vários vídeos brincando com a pista. Gabriela tinha várias ideias para "clips" e fazia umas tomadas bem legais e depois editávamos. Alguns dos vídeos editados estão no canal do YouTube. Abaixo tem algumas fotos do circuito completo sobre a mesa da sala e alguns dos vídeos do YouTube.
Circuito fixo finalizado


Circuito fixo finalizado

Clip feito pela Gabriela mostrando trechos do circuito

Corrida com Telemetria entre réplicas SCX
Yuri e Gabi numa disputa ferrenha! Gabi ansiosa e Yuri se acabando de rir...

O vídeo acima foi gravado na 1a. despedida do Autorama sobre a mesa da sala: levei um ultimato para tirar dali e colocar atrás do sofá, como havíamos planejado fazer (mas ficou pesado demais e essa troca de posição não era fácil...). Ainda tinha o problema de ter que retirar os Dioramas, guardá-los em caixas e arrumar um lugar para colocar as caixas...
Acabamos colocando e tirando a pista da mesa 3 vezes. Até 8/8/21 a pista ficou na sala: ou atrás do sofá (como na foto a seguir) ou na mesa, matando metade  da sala... A pista encostada na parede atrás do sofá deixava a sala com uma "ótima" aparência, dando um toque francês, tipo arte autô… Obviamente algo precisava ser feito...
A pista sem os Dioramas encostada na parede atrás do sofá. Faltava arrumar lugar para guardas as caixas...

Descendo a pista para o Playground

No começo de agosto de 2021 deixamos os garotos voltarem para as aulas presenciais. Já tínhamos as 2 doses da vacina e eles estavam dando sinais de esgotamento - especialmente o Yuri. Como eles passaram a sair de casa e ir para um lugar fechado e cheio de gente (foi o primeiro risco que assumimos depois que a Pandemia começou) e da necessidade de liberar a sala, resolvemos levar a pista para o play, colocando ela em cima da mesa de tênis de mesa, que estava sendo pouco usada pelo Yuri. Com isso, podia convidar algumas poucas pessoas (desde que usassem máscaras) para correr na pista, já que nosso play é muito ventilado.  Falei então com o Flavio e o Sandro e eles toparam. Em 19/8/21 nós 3 sofremos com o peso, mas levamos a pista lá para baixo. Brincamos um pouco e todos gostaram da pista. Marcamos de reservar as 4as à noite para fazer corridas e a brincadeira foi evoluindo. Começamos a pensar em melhorar os carros e, logo depois, o circuito… Especialmente depois que chegaram os 2 Ford GT 40 Scalextric, que correm muito e mereciam um circuito maior e melhor, como o vídeo, após a foto, sugere.

Pista no Playground. Pela primeira vez Sandro e Flavio vieram correr nela.

Eu já tinha bastante pistas, pois pensava em fazer uma segunda pista para colocar em outro local. Mas ao iniciarmos os planejamentos de uma pista grande, vi que precisava de mais algumas coisas e continuei procurando para comprar. Fazer um circuito grande dá trabalho, mas possibilita planejar bem o traçado e fazer o circuito atender a algumas especificações. Eu já fazia parte de alguns grupos de autorama e num deles o amigo Paulo Gil deu a dica de usar um software (Tracker2000) para projetar o circuito, facilitando o processo de criação do traçado. 

Os Ford GT 40 da Scalextric dando um show na pista e pedindo uma expansão dela...

Conversando, principalmente com o Sandro, decidimos fazer uma pista com 2 fendas. E ele gostou das primeiras especificações que sugeri. Conversei com a síndica do prédio (minha esposa) e achamos que o prédio não proibiria fazermos a pista grande no play, desde que deixássemos espaço para as pessoas andarem a pé (idosos) ou de bicicleta (crianças menores) em volta da pista. Assim ela sugeriu usar um local específico de até 5,5 x 3m, contendo um pilar nessa área. Ali seria o local que menos atrapalharia. Ela também nos lembrou que o prédio tinha uma regra para permitir que condôminos colocassem brinquedos no play: o brinquedo deveria ser de livre acesso para todos do prédio. Conversei com o Sandro e o Flavio e eles concordaram, até porque o prédio não tem histórico de problemas com outros moradores e os demais brinquedos que existiram no play ao longo do tempo sempre foram muito bem conservados. Continuamos fazendo corridas nas 4as. feiras e fui fazendo projetos de circuitos no Tracker2000. Depois de uns 10 projetos, considerando a área sugerida como máxima e considerando o pilar no local, saiu um primeiro traçado legal, contendo Curva Inclinada, Curvas de 30 e de 60 graus e uma reta grande.


Início de um circuito grande


Em 3/10/21, ainda com nossa pista sobre a mesa de tênis de mesa, montamos o primeiro traçado no chão só para avaliar in loco. A pista parecia legal, com uns 15 metros de comprimento. A foto a seguir mostra esta primeira pista maior no chão. Chegamos a decidir montar aquele traçado. Mas a pista tinha um cruzamento e demandaria uma elevação (viaduto) - o que eu não gosto muito. Além disso, eu já tinha comprado muito mais pistas, que sobrariam... Marcamos de começar a montar a pista na semana seguinte, mas ainda precisaríamos de madeira, cavalete etc. Nesse meio tempo fiz novos projetos...

Primeiro circuito grande montado no chão ainda. Não chegamos a correr neste circuito.

Mostrei alguns projetos para o Sandro e expliquei o que eu imaginava como condicionantes da pista maior: uma reta de no mínimo 10 placas; variedade no traçado, com curvas de 30 e 60 graus; um trecho rápido e um lento e CIs. O circuito anterior (montado na sala e que estava sobre a mesa de tênis de mesa) tinha quase 8 metros e uma reta com apenas 5 placas, o que era muito pouco para corridas melhores. Nesta fase de projeto eu já estava no grupo Autódromos Estrela (se não me engano, indicado pelo Rodrigo). Neste grupo, conheci as pistas do próprio Rodrigo e do Paulo Strehl. Ambas pareciam bem interessantes e serviram de inspiração. Rodrigo compilou um conjunto de dicas que o Paulo sugeria para a montagem de circuitos de autorama. Assim que li as dicas, identifiquei que correspondiam ao meu interesse, que tinha como foco velocidade (mas no padrão Estrela, não a dos carros bolha foguetes) e variedade no traçado, com Curva Inclinada. Vendo vídeos com as corridas deles confirmei que fiz uma boa escolha por me manter no mundo Estrela. Além disso, conheci os carros Lola, Ford GT40 e Ford J, da Estrela, nos quais fiquei vidrado, pois tinham um desempenho melhor do que os F1 Estrela e permitiam entrar juntos nas curvas sem um carrinho jogar o outro para fora (que é minha única crítica aos F1 Estrela, além do preço...).

Em 12/10/21 já tinha feito vários projetos no Tracker2000 e saiu o 1º. eleito por mim e pelo Sandro (ver a próxima foto). Perto desta data fizemos contato com o Roberto (a pessoa mais próxima da gente que conhecia muuuuito de autorama - ainda que ele fosse fã dos SCX e não dos Estrela, como nós) e falamos para ele dessa ideia. Ele logo gostou e disse que podia ajudar. Mas ele queria um circuito com 4 fendas e eu e Sandro defendíamos fazer um com apenas 2 fendas (por questões relacionadas à manutenção, complexidade, falta de gente - entendemos que o número ideal para 2 fendas seria 5 pessoas; para correr em 4 fendas seria necessário, pelo menos, 7 pessoas, o que parece inviável por enquanto (sem falar que a pista está no nosso play...quanto mais gente, mais barulho e maior o risco do prédio pedir para desmontarmos a pista).

Circuito grande que quase montamos, mas como sobravam algumas pistas...

Em 16/10/21 fiz um inventário de tudo que tinha comprado desde Agosto/20 (foto a seguir) para ver se podia crescer mais a pista (no projeto eleito, tinha apenas 1 retão com 13 placas; as outras retas tinham até 5 placas; e “só” tinha 2 CIs…). Percebi que tinha pistas para aumentar um pouco e fui alterar o projeto novamente...

Juntando o que tinha comprado no último ano...
Tudo que comprei durante a pandemia. Realmente dava para aumentar o circuito. Se eu não perdesse tantas mensagens no WhatsApp, eu teria pego melhores oportunidades...

Entre 16 e 31/10 alterei os projetos, troquei ideias com o pessoal do grupo Autódromos Estrela, que deram várias sugestões e a forte recomendação para não colocar CI no final de uma grande reta (o que acontecia no projeto eleito). Eles também deram dicas sobre segurança (para não quebrar os carros), tais como: retirar os guard-rails dos acostamentos externos, criar áreas de escape etc.

Depois de alguns dias cheguei no projeto final (mas me faltavam 8 retas). Sandro achou muito grande, mas também aprovou. Roberto continuava querendo 4 fendas, mas também topou fazer o 2 fendas, para começar. Minhas pistas eram multicores: cinza, verde e preto. Roberto disse que tinha muita pista preta e insistiu para usarmos as dele para fazermos uma pista toda preta. Para mim e para o Sandro isso era secundário, mas também não tínhamos objeção - no final realmente ficou bem mais bonita. De qualquer forma eu precisaria de 8 segmentos de reta para este último projeto. Sandro cedeu 4 e o Roberto já completaria com as outras 4 mesmo. E assim saiu o projeto do circuito final: pista toda preta, com 32,5 metros numa fenda e 32 metros na outra (Figura a seguir). Mas até então era só um projeto no computador e na área tem um pilar do prédio no interior do espaço destinado ao circuito. Tudo foi medido para encaixar, mas só na montagem que veríamos se fiz tudo certo...  Nesse período comprei 8 cavaletes; Sandro comprou 2 placas de compensado e trouxe as placas da nossa antiga pista de madeira (que já havia se estragado porque houve uma inundação onde ela estava guardada). Junto com a pista veio a fonte, 7 cavaletes e as laterais de proteção, trazidas pelo cunhado do Sandro (Müller) no carro do trabalho deles.

Projeto do Autódromo do Quebra Coco, versão final, com algumas das curvas já nomeadas

Montagem do circuito

No feriado de 2/11/21, Roberto e Sandro se juntaram a mim e meu irmão Flávio para começar a montagem. Roberto disse que deixaríamos a pista montada ainda naquela noite. Eu estava achando que não daria tempo. Teríamos que desmontar a pista anterior, colocar todas as placas de madeira (8 no total) sobre todos os cavaletes (e torcer para que os 15 cavaletes fossem suficientes), espalhar as pistas, encaixar todas elas, torcendo para caber no espaço disponível. Mas o Roberto acertou! Só que faltou 1 cavalete, que foi substituído por uma mesa que o Flavio emprestou (e que está lá até hoje...). Ficamos mortos, mas nós 4 montamos tudo numa tarde/começo da noite. Obviamente não conseguimos fazer os carros darem uma volta completa, por causa da extensão da pista e porque havia muito mal contato entre vários segmentos. Nessa primeira montagem não havia nenhum jumper. No projeto eu previa entre 10 e 12 (e possivelmente alguns entre placas consecutivas). 

Arthur, eu (Rafael), Flavio, Sandro, Roberto e Yuri (ao fundo), com a pista que esteve na mesa da sala atrás de nós, quando nos reunimos para desmontar a pequena e montar a pista grande

Time-Lapse do início da montagem. Já havíamos posicionado as madeiras e cavaletes e estávamos desmontando a pista menor. Roberto estava nos ajustes finos.

Visão de um dos lados da pista montada, destacando-se uma placa nova de madeira
 
Visão do extremo oposto, com uma placa que era parte da pista de madeira de 10 anos atrás

Os 4 mortos depois de umas 6 a 8 horas de trabalho


Visão Geral da pista toda montada, sem  jumpers

Fazer os jumpers foi o próximo passo, que deu muito trabalho. Consumiram muito tempo, pois não conseguimos mais juntar os 4 "construtores". Fui eu sozinho na maior parte do tempo e eu e Sandro ou eu e Roberto algumas vezes. Depois de tudo montado, a maioria dos jumpers feitos, carros percorrendo razoavelmente bem toda a extensão da pista, começamos a melhorar a segurança dela (colocando as laterais) e vimos que seria bom ter um corte na placa central de forma que alguém pudesse entrar por baixo da pista para acessar o meio dela, pois não conseguíamos mexer nas pistas mais ao meio sem ter que subir mesmo nas placas (uma hora isso ia dar ruim…e como a pista estava boa, não valia a pena correr o risco). Sandro foi lá para casa num sábado de manhã com uma serra circular sinistra e cortamos não só um espaço no centro da pista como também umas sobras de madeira que estavam ocupando espaço a toa.

Em 15/11/21 Conseguimos completar a maioria dos jumpers e a pista já tinha energia em todas as partes, ainda que precisasse de mais alguns jumpers que fomos fazendo até o final do ano. O vídeo, a seguir, mostra o primeiro dia em que conseguimos andar bem em todo o circuito. Depois deste dia o Roberto nos apresentou o Leo e ele se juntou ao grupo. Agora seríamos 5 - número bom para correr na pista: 2 correndo; 2 de gandula onde os carros mais saem das fendas (deslotam) e 1 "Diretor de Prova" para desligar a fonte quando os carros deslotam e quando a corrida acaba.
Roberto pilotando, eu gravando o vídeo e Sandro ajustando uns jumpers na reta oposta

Pouco antes de 22/12/21 a pista estava operacional, com quase todos os jumpers, mas estava muito feia, com várias placas de tamanhos e cores diferentes (uma delas com feltro verde, pois era a que estava na minha sala antes), fios dos jumpers, cavaletes diversos etc. Precisávamos resolver a aparência da pista o quanto antes. Finalizamos tudo no dia 22/12, de forma a deixar uma boa aparência no play do prédio para as festas Natalinas. Colocamos o TNT verde em toda a ”mesa”, cobrindo as placas diversas e os fios e TNT Quadriculado fazendo a "saia" da pista para esconder os cavaletes e toda a parte de baixo da pista. Luciana, Gabriela e Yuri ajudaram a cortar previamente os TNT nos tamanhos apropriados. Neste dia, apesar de ainda não ter todos os jumpers, já era possível andar bem por toda a pista. Eu, Sandro, Roberto e Leo trabalhamos não só na estética, mas também em melhorias elétricas e conseguimos dar as primeiras voltas com bom desempenho. Neste dia, antes do Sandro chegar, nós retiramos duas retas, pois uma das curvas de 180 graus estava colada no pilar que fica dentro da pista e se um carro saísse da fenda ali, poderia bater com muita força no pilar. Sandro não ficou nada satisfeito com isso. Demos o nome de “Curva da Discórdia” para essa curva... Foi a primeira curva nomeada! A pista diminuiu para 32,06m numa fenda e 31,50m na outra, mas manteve um retão com 15 segmentos e outro com 14 segmentos.

Finalmente melhoramos o visual da pista

Agora a estética já não agredia mais o prédio

Entre os dias 22/12/21 e 4/1/22 o André se juntou ao nosso grupo. O Flávio, por outro lado, já não estava mais participando. Ou seja, viramos um sexteto de cinco pessoas, que normalmente se transforma em 3 ou 4… Em 31/12/21, eu, Gabriela e Luciana andamos um pouco na pista e ela funcionou relativamente bem. Mas ainda fiz mais alguns jumpers depois disso. 

Eu e Luciana correndo na pista na manhã do dia 31/12/21

Nesse dia 31/12 fizemos umas medições da extensão da "mesa" para fazer uma cobertura de TNT para a pista. Comprei o mesmo TNT quadriculado para essa cobertura, na esperança de sujar menos a pista, pois percebemos que estava ficando muita poeira e quando começássemos a correr isso ia atrapalhar.
No dia 2/1/22, resolvi descer para colocar a Telemetria para funcionar, pois havíamos marcado de fazer um encontro só para correr no dia 4/1/22. Primeiro coloquei a minha telemetria, pois eu já sabia como configurar o Race Coordinator com o Arduino do Cassio. Mas a minha fotocélula estava instalada numa pista cinza. O Roberto não ia gostar muito... Ele já havia deixado uma pista preta com fotocélulas para eu tentar configurar a Game Port. Depois que a minha funcionou, fui tentar configurar o software com a dele, mas não consegui. Ele não podia ir na pista nesse dia, então arrisquei de tentar a ajuda dele por telefone. E assim foi: com ajuda do Roberto, por telefone, consegui fazer a telemetria dele funcionar. Pronto: já tínhamos como fazer corridas cronometradas!
Telemetria instalada na pista nova

O Autódromo do Quebra Coco já estava pronto para uma corrida!

Finalmente fizemos um encontro em 4/1/22 para andarmos na pista, sem trabalhar nela nesse dia. Foi a 1ª. Corrida! Muito bom! A pista estava ótima! Andamos mais com réplicas porque Roberto, André e Leo não curtem e acham absurdo os preços dos Estrela. Eu e Sandro é que somos os saudosistas (nem sei porque saudosistas, já que nem tivemos autorama - muito menos Estrela - quando criança).

Uma corrida para valer: eu e André com réplicas SCX.

Ainda eu e André com réplicas SCX. A pista estava ótima!

Depois desse dia 4/1/22, a pista teve uns dias de mal contato entre a saída da curva de 30 graus e a chicane antes da 1ª. CI. Em alguns casos achamos que foi algum curto. Na maioria dos outros foi mal contato. Não sabemos como resolver isso. O problema surgia de repente e ia embora sem que tivéssemos certeza. O André nos cedeu um monte de grampos e acha que com isso vai acabar o mal contato. Também pensamos que a poeira pode estar influenciando. 

Depois desse encontro do dia 4 fomos viajar com as crianças para o Camping do Siri. Vou abrir um parênteses para falar do camping em 2 parágrafos, pois foi lá que encomendamos nossas Lolas da Estrela! Há 2 anos não íamos lá por causa da Pandemia. Apesar dos casos da variante Ômicron estarem altos em várias partes do país resolvemos ir, confiando nas vacinas e em algum nível de cuidado. Ficamos 11 dias acampados e foi muito bom, mas voltamos de viagem contaminados pela COVID-19. Não foi nada demais em nenhum de nós 4, mas ficamos mais 15 dias isolados novamente depois da viagem. 

Apresentação de nossa estrutura no Camping do Siri - Marataízes / ES. 12 a 22/1/2022

Durante o camping, convenci o Sandro a comprarmos 1 par de Lolas da Estrela. São carros que pareciam maravilhosos mas nunca os tínhamos visto ao vivo. São do final dos anos 60, então são difíceis de achar e são muito caros. Eu vinha juntando dinheiro para comprar um destes carros há algum tempo, depois de ver corridas com estes carros nos vídeos do Paulo Strehl, Alexandre e seus amigos. O Alexandre Peres é um artista que restaura esses carros e que consegue fazer uma réplica perfeita das carrocerias das Lolas. O Chassis de alumínio, eixo, coroa e mecânica são originais dos anos 60. Encomendamos os carros no meio de janeiro de 2022. Só valia a pena comprar se alguém entrasse nessa empreitada comigo, pois os carros são totalmente diferentes dos demais e não faz sentido colocar uma Lola para correr contra uma réplica ou mesmo um F1 Estrela. Por isso fiquei muito feliz quando o Sandro se animou e comprou uma junto comigo. Ele escolheu a pintura da Gulf. Eu optei por uma tradicional pintura vermelha com faixa branca, original das Lolas que correram em Le Mans. A previsão do Alexandre era nos entregar o carro entre final de fevereiro e início de março. Ainda durante o acampamento alguém me ofereceu dois outros chassis de Lola ou Ford J ou GT. Tentei ver se o Sandro comprava um deles mas ele não quis. Não estava tão convencido assim de que correr com esses carros no nosso autódromo seria maravilhoso. Eu tinha me convencido baseado apenas nos vídeos do grupo Autódromos Estrela e acabei comprando um dos chassis para mais à frente montar um outro carro dos anos 60. Ao chegar de volta ao Rio, doente de Covid, o chassis já tinha chegado. Abaixo vai uma foto dele. Nesse camping de 2022, um amigo levou uns jogos interessantes e nos provocou a aprender a resolver o Cubo Mágico e a jogar Carcassone (que eu tinha comprado para as crianças mas eles não derem muito valor na época - nem aprenderam a jogar na verdade). Durante o isolamento de Covid aprendemos a solução do Cubo e virou mania em casa. Compramos um cubo para cada um e ficávamos disputando quem resolvia mais rápido. Obviamente Yuri e Gabriela sempre ganhavam... Mas isso é outra história. Se quiserem ver a solução do Cubo Mágico, tem uns vídeos detalhando cada etapa no nosso canal PasseiosOffRoad.

Chassis de alumínio do Ford GT40, anos 60

Por conta da minha Covid, só voltaríamos a nos reunir no meio de fevereiro. Mas eu não resisti e na última semana de isolamento desci sozinho para o play para andar na pista, que estava muito suja neste 1 mês sem uso. Muita poeira e perda de energia no mesmo trecho após a curva de 30 graus e até a chicane da 1a. CI. Mas depois de algumas voltas e de usar um pouco de limpa contato, a pista ficou maravilhosa e gravei uns vídeos com 2 Fórmula 1 Estrela, Ford GT 40 Scalextric, Morgan e NASCAR da SCX.

 Clip com alguns trechos da pista e diferentes carros rodando

Vídeo mostrando todo o circuito com vários carros andando em apenas 1 fenda

No dia 9/2/22 voltamos a nos reunir pós-Covid. Gabriela dessa vez brincou um pouco também. No começo a pista não estava tão legal por causa do mal contato no mesmo trecho citado antes. Ainda não havíamos conseguido colocar os grampos que o André cedeu e a cada encontro precisávamos limpar a pista e mexer no trecho citado para eliminar o mal contato. Combinamos de marcar um dia só para "grampear a pista" e colocar alguns jumpers entre as placas deste trecho que estava instável, mas não conseguíamos nos encontrar para isso... Porém conseguimos nos divertir bastante.

Gabriela correndo com o GT 40 Scalextric e Roberto com um Fiesta 4x4 SCX

Eu e Roberto correndo com réplicas SCX, mas eu estou com o NASCAR que corre bem e tem o ímã mais forte...

Em 18/2 o Alexandre avisou que as Lolas estavam quase terminadas. Aí começou a bater ansiedade e nos demos conta de que precisávamos melhorar a segurança do Autódromo para minimizar a chance de quebra das raras e caras Lolas. O André cedeu alguns acostamentos externos de curvas de 60 graus para arrancarmos os guardrails, o que permitiria que carros acidentados saíssem da pista evitando que outro viesse e batesse em alta velocidade no veículo parado. Quebrei os guardrails e lixei numa lixadeira improvisada na parafusadeira. Mas para as curvas de 30 graus fiquei com pena de quebrar os guardrails dos acostamentos tão raros... Como eu ainda tinha um pouco de balsa que tinha sobrado da confecção dos terminadores de Curvas Inclinadas, resolvi tentar fazer os acostamentos com a balsa. Deu certo. 

Acostamento externo de curva de 60 graus lixado, já sem o guardrail

Curva no final do retão sem os guardrails e com o TNT verde servindo de "caixa de brita" para amortecer impacto em caso de saída da fenda (deslote)
Acostamentos de curva de 30 graus, sem os guardrails, feito de balsa. Encaixaram bem.

Detalhe da fenda para encaixe no acostamento feito de balsa

Detalhes do acostamento feito de balsa

Acostamento de curva de 30, feito de balsa, instalado no final da contra reta

No final de fevereiro o TNT quadriculado para fazer a cobertura chegou e a Luciana levou para a mãe dela costurar para nós. Porém nós medimos alguma coisa errada e numa das quinas (que tem um tamanho diferente) faltou um pouco do TNT. Isso foi em 23/3. Assim ela levou de volta para a mãe complementar com o pedaço e para colocar os velcros que compramos para fixar a cobertura (para o vento não levar embora).

Primeira versão da cobertura

Detalhe do pedaço que ficou faltando

Em 30/3 o André levou uma réplica de DKW que o Alexandre Peres tinha preparado para ele. O carro é lindo! Pela primeira vez eu estava vendo um carro pintado pelo Alexandre: que maravilha! O carro era exatamente como os vídeos mostram! Respirei até mais aliviado porque as Lolas estavam atrasadas, mas agora tínhamos certeza de que o Alexandre Peres é o gênio que todos falavam! Os carros chegariam como os imaginamos!

Roberto com um carro com iluminação embaixo e André com a DKW alterada e pintada pelo Alexandre Peres

Lolas T70 - Anos 60

Em 1/4/22 chegaram as Lolas restauradas/preparadas pelo Alexandre Peres!!!! Vieram lindas! Que ansiedade de descer para testá-las. Mas foi uma semana com muito trabalho e não estava sobrando tempo. Antes de andar com as 2 na pista ainda fizemos uma proteção que faltava: Sandro fez no trabalho dele um suporte de alumínio para fixarmos umas redes de tênis de mesa para ficar acima das proteções laterais de madeira, para garantir que os carrinhos não cairiam da mesa. A seguir tem umas fotos das Lolas. Depois 2 vídeos delas na pista, já com as redes de proteção.

As duas Lolas chegaram nessa caixa maneiríssima com a qual o Alexandre nos presenteou!

Lolas T70 Estrela maravilhosamente pintadas pelo Alexandre Peres!







Detalhe da pintura do macacão do piloto nas cores escolhidas para o carro.



No dia 2/4 a minha sogra Clarisse conseguiu completar a cobertura da pista, que ficou ótima e muito bem ajustada à pista. Os velcros funcionaram e prenderam bem. Percebemos que a pista passou a ficar muito mais limpa e o mal contato quase sumiu. Veja a foto após os vídeos das Lolas.

Só conseguimos andar com as 2 Lolas juntas no dia 5/4/22. Nesse meio tempo fixamos os suportes e redes de proteção no final das maiores retas e atrás da última Curva Inclinada. A seguir 3 vídeos.

Primeira vez que as Lolas andaram juntas! Os carros vieram exatamente como imaginávamos!

Eu e Sandro correndo com as Lolas Estrela. Excelentes de controlar e permitem entrar juntas nas curvas!

Eu e André correndo com as Lolas no segundo dia. André fez uns ajustes na minha que a acertam nuns detalhes. 

Pista coberta reduzindo muito a sujeira e mal contatos

Em 11/5 eu e Sandro andamos 30 minutos seguidos com as Lolas. Que carros maravilhosos! Os chassis de alumínio realmente são muito melhores do que os chassis de latão dos Fórmulas 1. O comportamento dos carros é bem diferente, além de permitir dividir curvas, já que são um pouco mais estreitos do que os F1. Sandro agora está me pressionando para comprarmos 2 Ford GT40 do Alexandre! Preciso juntar dinheiro para isso. Falei para ele que até o final do ano espero conseguir!

Alguns trechos de nossa corrida de 30 minutos

Em 18/5 tivemos um encontro diferente: eu e Sandro havíamos programado de fazer manutenção nos carros. Os outros amigos não podiam ir nesse dia e focaríamos na manutenção de alguns carros. Porém recebemos a visita de um amigo desde nossa época de adolescência. O Chambinho chegou por lá quando estávamos na 1a. manutenção e aí o caos se instaurou. Chambinho é um doido por velocidade que entende muito de carros, tanto da mecânica, quanto da história de vários modelos e também de pilotagem. Inclusive de Autorama. Sabe muito da mecânica dos carrinhos e pilota bem também. Gostou de nossa pista, mas achou que "demos mole por não ter colocado o retão entre 2 Curvas Inclinadas". Expliquei que era uma questão de segurança, que fomos convencidos por amigos mais experientes a não fazer isso sob risco de, às vezes, um carrinho sair voando da CI. Mas ele nem quis saber..."segurança para os carrinhos era secundário"; ele queria máxima velocidade e nosso circuito "está muito travado"..."parece um circuito de verdade" - ele acha que autorama grande é para colocar a máxima velocidade possível. Enquanto eu Sandro testávamos 2 F1 (eu numa Lotus do Senna e Sandro numa Ligier), Chambinho ficou mexendo num F1 (Ferrari) anos 70 do Sandro. Daqui a pouco ele pede para deixarmos ele colocar o carro dele. O Sandro deu a vez para seu grande amigo, mas Chambinho colocou o carro ao contrário. Eu, ingenuamente, avisei a ele que a pista é no outro sentido. Chambinho respondeu que era assim mesmo, que ele queria andar com o carro no sentido oposto para pegar o retão e entrar a toda velocidade na CI! O cara tinha invertido o sentido de giro do motor e o carro ia andar no sentido oposto da pista! Ele mandou o Sandro ficar de "goleiro" atrás da CI (para o caso do carro sair voando) e mandou ver. Eu andei com a Lotus na direção normal, de forma que os carros pareciam andar numa rua de mão e contra-mão. O Chambinho andava que nem um alucinado na pista e realmente conseguia mais velocidade assim. Eu e Sandro nos olhávamos pensando: será que devemos mudar o traçado e colocar o retão entre 2 CIs? Por enquanto decidimos que não. Eu não vou ter coragem de colocar a minha Lola de 1 milhão de dólares, esperada por quase 1 ano, para ter um risco razoável de voar pela CI. Sandro também disse que prefere que não. Mas ficamos com a pulga atrás da orelha...Não descarto que venhamos a fazer isso um dia, mas para correr com os carros menos caros. 

Enquanto eu usei a Lotus, os carrinhos passavam razoavelmente bem ao se cruzar nos sentidos opostos. Mas passavam muito perto e aí resolvi colocar a Ferrari que já estava com aerofólio quebrado para correr no lugar da Lotus. Aí começaram a ocorrer pequenas batidas me preocupando de acabar quebrando. De repente no retão houve um choque forte. Não quebrou nada, mas empenou o pêndulo da Ferrari anos 70 do Sandro. Aí parei com a brincadeira antes que quebrasse meu carro...A seguir tem um vídeo com os carros andando em sentidos opostos.

2 Fórmulas 1 Estrela andando em sentidos opostos

Neste mesmo dia juntamos todos os meus carros com quase todos os do Sandro para tirarmos umas fotos e aí foi possível registrar como os chassis (e os carros) mudaram ao longo do tempo, desde o final dos anos 60 até os anos 2000. Na foto abaixo dá para ver 5 chassis diferentes: o maravilhoso de alumínio da Lola, do final dos anos 60; o comprido e estreito, de alumínio e latão, ainda com motor na longitudinal dos F1 anos 70; o de latão dos anos 80, com pêndulo curto e motor na transversal (oblíquo); o ainda em metal, mas sem pêndulo e com menos peso dos anos 90 e o horroroso em plástico dos anos 2000. É impressionante a queda de qualidade, especialmente de 60 para 70 e nos anos 2000.  Tiramos fotos também de todos os nossos Estrela e quase todas as nossas Réplicas, sendo a maioria delas SCX.
Mudança dos Chassis ao longo do tempo: da esquerda para a direita: Anos 60, 70, 80, 90 e 2000.

 
Os mesmos carros só que na ordem inversa: Línea, 2000; McLaren - Mercedes, 90; McLaren, 80; Ferrari, 70; Lola, 60


Nossos Estrelas - 2 Lolas T70 e vários Fórmulas 1

Nossos Réplicas, de diferentes marcas, mas principalmente SCX

Por enquanto é isso! Espero que tenham curtido. Para nós o blog serve de histórico. Quando tivermos novidades colocamos aqui.
A seguir vou colocar alguns links e figuras que encontrei e salvei durante as buscas que fiz e que podem ser interessantes para quem curte Autorama. Tem mais coisas ligados ao universo Estrela, que é nossa preferência.
Se perceberem problemas, erros e imprecisões ou se tiverem sugestões escrevam como comentários, pois assim faço as alterações devidas.
Obrigado a todos que escrevem e divulgam conhecimento sobre autorama!

Links para uma história do Autorama Estrela organizados em 5 períodos



Links Autorama / Slot Cars


http://hobbyslotcar.com.br/  Hobby Slot Car - Telemetria - Race Coordinator






Autorama Club Podcast / Canal do YouTube sobre autorama. Está iniciando. Nos 2 primeiros episódios focaram nas corridas profissionais


Circuitos Autorama Estrela

Caixas de Autorama Estrela - Diferentes circuitos, tamanhos, configurações

Circuito Gávea (homenagem a um antigo circuito no Rio de Janeiro) - o mais básico de todos. 6 retas e 6 curvas de 60 graus

Interlagos – Provavelmente o que mais vendeu. 8 simétrico – 6 retas e 8 curvas de 60 graus. 

Circuito Grande Prêmio Brasil – Oval com Curva Inclinada (CI), Curvas de 30 graus e 6 retas (além das 2 retas da CI)

Circuito Fórmula 1 – Série McLaren / Monza – CI e uma grande parabólica com curvas de 30 graus. Poucas retas, mas bem melhor do que o Monza que segue a mesma lógica só que sem as curvas de 30 graus e que usa estreitamento de pista.

Conjunto Fórmula 1 - 4 Pistas Série Bi-campeão  - equivalente a 2 Monzas. 2 fontes e 4 pistas que só ficavam  juntas em 2 trechos de reta. Nas curvas as 4 fendas ficam separadas. Devia ser o sonho de consumo de quem podia pagar muuuuito caro.


Alguns Carros



Lola T70

Lola T70

Ford GT 40

Ford GT40

Puma


Acessórios (a maioria - talvez todos - Estrela)






Componentes, Circuitos etc.











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