Autorama Estrela: alguns dados de 1963 a 1971

 


1963 a 1971 - Fase dos carros mais diversos - Qualidade Máxima!


Esta 1a. fase do Autorama Estrela é marcada por um crescimento na qualidade e muitos lançamentos diferentes. É preciso ter em mente que foi o início de tudo e estamos nos referindo a 60 anos atrás. A dinâmica e questões de logística, controle de qualidade, marketing eram outras. Há muitas informações conflitantes entre os catálogos e o que era vendido na prática…É difícil comparar com os controles de hoje e seria injusto criticar sem fazer ressalvas. Tenho conversado bastante com o Vitor Saraiva sobre essas inconsistências e a forma de tratá-las. Em geral, mantive sempre as referências que eu pude confirmar em algum catálogo, mesmo sabendo que um modelo de carro no catálogo pode não condizer com o que existiu no mundo real; um determinado carro que consta do catálogo mas ninguém nunca o viu à venda; um carro que deveria estar disponível num ano mas surgia em outro… Em geral apresento o carro com o nome de catálogo e depois passo a me referir pelo nome mais comum ou coerente. Por mais desagradável que seja hoje, especialmente para os colecionadores, é preciso lembrar que, no início, o Autorama não era item para coleção. Era “só” um brinquedo. Nesse primeiro período existiu também uma grande variedade de carros oriundos de diversas marcas estrangeiras (num mundo ainda não globalizado), sem internet… Essa variedade foi única! O fato da Estrela ter feito (ou não) acordos com várias marcas diferentes (estadunidenses, europeias) possibilitou uma diversidade de estilos incomum e que nos é tão atraente. Se ela fosse parceira apenas da Scalextric, por exemplo, teríamos carros parecidos com os desta marca apenas. A grande variedade de carros, chassis etc., veio desta miscelânea que deve ter dificultado ainda mais a logística e controle de qualidade da época. E mesmo assim, temos hoje, 60 anos depois, várias destas relíquias nas estantes dos colecionadores e rodando em pistas de alguns que ainda usam estas maravilhas!



1963 – O Início de Tudo!


Apesar de já existirem conjuntos de Slot Cars (como o Autorama é conhecido em alguns países) importados à venda em lojas no Brasil, foi em 1963 que se considera que a Estrela iniciou no Slot ou no Auto-Rama (como se escrevia no início). O Johnny Rook indica que no início, enquanto se preparava para seu próprio lançamento, a Estrela importou conjuntos da A. C. Gilbert e deu exclusividade de venda à loja Mobral, de São Paulo. 

Ainda em 1963, provavelmente para as vendas de Natal, a Estrela lança seu conjunto Auto-Rama (nome mantido do conjunto importado da A. C. Gilbert), com pistas de cor cinza/bege (mais estreitas do que as que viriam a partir do fim de 1966), em forma de “zero” e de “oito”. Havia uma pista em oito com 4 fendas. Os conjuntos vinham com 2 (ou 4, dependendo do conjunto) Corvettes ou com Fórmulas Jr. Os Corvettes estavam numa escala entre 1:32 e 1:43, enquanto os Fórmulas Jr estavam próximos a 1:32. Os Corvettes eram réplicas do modelo de 1961, em 4 cores: vermelho, azul, amarelo e verde, todos com rodas muito finas. Os Fórmulas Jr. representavam uma categoria de entrada das corridas de monoposto e vinham nas mesmas 4 cores (fotos à frente). O Corvette não tinha parabrisa, mas tinha um aro de plástico branco que representava o contorno do para-brisa. O motor de 5 pólos, de procedência japonesa e utilizado no Ferromodelismo, foi inicialmente importado da A. C. Gilbert e, depois fabricado pela Oxford, sendo apelidado de motor Jacaré (foto à frente). A transmissão era por rosca sem fim e os contatos eram rígidos em latão (fotos). Ambos os chassis eram de plástico, preto ou branco. As rodas eram fixadas nos eixos por pressão. Os aceleradores eram bem diferentes dos que ficaram famosos anos depois: eles podiam ser apoiados ou fixados em uma mesa (ou alguma superfície) e tinham uma haste lateral que era movida para acelerar os carros (ver fotos à frente). A fonte era diferente das que vieram a partir de 1966/1967: a entrada da fonte era conectada à rede elétrica como todas as outras. Mas a saída da fonte naquela época era diferente, como pode ser observado na foto apresentada mais à frente: havia 2 conectores onde as pontas de um fio deveriam ser conectadas (fotos). E esse fio, na outra extremidade, deveria ser conectado à pista. Não havia, ainda, aquela clássica tomada de 3 pinos da Estrela. Os decalques dos carros eram de papel.

As caixas dos conjuntos eram de papelão em sua totalidade, com uma bonita litografia na tampa, como as fotos a seguir vão mostrar. Ainda não vinham com a base de isopor (só a partir de 1968). Os conjuntos não tinham nome para diferenciá-los ainda. As caixas só traziam o nome Auto-Rama. O logotipo que a Estrela utilizava nas caixas nesta época não era nem o que ficou mais conhecido a partir dos anos 70 e nem o específico para o Autorama Estrela (que tinha duas bandeiras quadriculadas em preto e branco).

Conjuntos do Auto-Rama:

Oval, com dois carros: Corvettes ou Fórmula Jr.

Oito simétrico, com dois carros: Corvettes ou Fórmula Jr.

Oito simétrico quatro fendas: com quatro Corvettes ou Fórmulas Jr.

Oito simétrico sem os carros.

Não consegui confirmação da existência do último conjunto, mas como no material do Rodrigo Baor é citado que, em 1966 (entendo que a partir do 2o. semestre daquele ano), havia um quarto conjunto sem os carros, vou assumir que esse conjunto também estava disponível de 1963 a 1965, já que no material do Johnny Rook consta que nestes 3 anos havia 4 conjuntos à venda, sem detalhar quais.

Abaixo tem algumas figuras com um destes primeiros conjuntos Estrela e alguns de seus itens:

Auto-Rama, de 1963, com os Corvettes com o aro do para-brisa de plástico. Apesar da capa representar 2 Fórmulas Jr., no interior podiam vir os Corvettes.


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Conteúdo da caixa do Auto-Rama Estrela de 1963 (Fonte: Johnny Rook).


Além das caixas, a Estrela vendia itens à parte e, para divulgá-los e facilitar sua identificação, havia catálogos dos lançamentos em cada ano. A figura abaixo mostra dois catálogos de 1963. No catálogo da esquerda ainda está presente a marca A. C. Gilbert. No da direita estão acessórios e peças para manutenção dos carros.


Catálogos Estrela do ano 1963 (Fonte: Johnny Rook).

Corvette vermelho, de 1963 (Fonte: Johnny Rook).


Vista da parte de baixo, com transmissão do tipo “rosca sem fim” (Fonte: Johnny Rook).


Corvettes de 1963, com os aros dos para-brisas de plástico branco sobre pistas do mesmo ano.


Fórmula Jr., vendidos nos conjuntos Auto-Rama Estrela em 1963 e 1964.


Motores de 5 polos (Jacaré): à esquerda a versão japonesa e à direita a versão da Oxford (Fonte: Alex Cruz).


Detalhe do motor de 5 polos (apelidado de Jacaré) da Oxford (Fonte: Johnny Rook).


À esquerda, pista de 1968 em diante (Super Pista – S/P) e à direita, pista de 1963 a 1966 (a cor é a dos anos de 1965 e 1966) e 2 Corvettes de 1965 ou 1966 (1 azul – cor alterada pelo tempo – e outro verde), com arco do para-brisa em metal e transmissão por pinhão e coroa.


Aqui as duas pistas estão sobrepostas para se possa observar a grande diferença de largura entre as pistas até 1966 e as de depois disso.


Acelerador Estrela (igual ao da Gilbert), com escala de velocidade. Não tem mola. A alavanca preta é movida para acelerar e para reduzir apenas manualmente.


Transformador (Fonte) Estrela, de 1963, indicando 14 volts na saída e 110 volts na entrada. Os conectores para os fios que deveriam ser ligados à pista estão destacados com as elipses azuis. Reparar que não tem um fio de saída com a tomada de 3 pinos tão bem conhecida pelos fãs do Autorama Estrela.


A seguir são mostrados alguns acessórios vendidos pela Estrela:


Sinalização de pista (Fonte: Johnny Rook).

Flâmula Estrela com um Fórmula Jr. estilizado.



1964 – Consolidação do Auto-Rama e aproximação com a Scalextric


Neste ano a Estrela lançaria a Lotus 16, com provável origem na Scalextric. Esses carros seriam bem bonitos (como dá para ver numa foto à frente) mas, por alguma razão, não chegaram a ser vendidos. O carro chegou a constar do catálogo do ano (conforme foto à frente), mas nunca foi para as lojas. Logo, neste ano não teve novidades com relação aos carros: os conjuntos vinham com os Corvettes ou com os Fórmula Jr. Chassis e motor são os mesmos de 1963, assim como transmissão, aceleradores e fonte. As cores dos carros são as mesmas também. A figura a seguir mostra uma caixa da Estrela.

Em 1964 a Estrela começa a impulsionar o Hobby patrocinando competições. Ela patrocina o 1º. Festival Aberto de Auto-Rama Estrela (corridas com carros Corvette, lançado pela Estrela em 1963, mas com modificações para a competição). O evento ocorreu durante as férias escolares de julho, em São Paulo, com 1.000 inscritos e contou com a participação de Emerson Fittipaldi, que corria de Kart na época e ficou em 3o. Lugar no Festival. As corridas foram em pistas A.C. Gilbert, de 4 fendas. Os carros tiveram preparações com melhores eixos, aros e pneus etc.


Conjuntos do Auto-Rama:

Oval, com dois carros: Corvettes ou Fórmula Jr.

Oito simétrico, com dois carros: Corvettes ou Fórmula Jr.

Oito simétrico quatro fendas: com quatro Corvettes ou Fórmula Jr..

Oito simétrico sem os carros.


Tampa da Caixa de 1964. O Logo da Estrela ainda é o antigo.


Catálogo de 1964, com a Lotus 16 que nunca foi vendida. Podem ser vistos também o acelerador; o motor Jacaré; a reta pequena etc.


Uma Lotus 16, da Scalextric, que a Estrela usaria como referência para fabricar a sua. Infelizmente, isso nunca aconteceu. A Lotus 16 nunca foi vendida pela Estrela.


Manual que acompanhava o Auto-Rama Estrela em 1963 e 1964.


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Conjuntos de 1964. O de cima é um 4 fendas (Fonte: Johnny Rook / Meus Brinquedos Antigos).


Concurso promovido pela Estrela com foto do Auto-Rama como um dos possíveis prêmios. Nesta foto estão 2 Fórmulas Jr. numa pista em forma de 8 de 2 fendas.



1965: aproximação com a Revell


Neste ano a Estrela mudou alguns itens, como transmissão, novos chassis, guia móvel com os contatos flexíveis, como os de hoje (antes eram rígidos no fundo do carro, como mostrado na figura do fundo do Corvette verde de 1963). Os carros e seus componentes, incluindo os decalques, são melhorados. A pista é do mesmo tipo dos anos anteriores, mas passou a ser preta.

Além de produzir itens da Scalextric, passa a fabricar itens semelhantes aos da Revell (chassis, guia, transmissão, rodas).

São lançados os carros Willys Interlagos Berlineta, Ferrari 156 (Shark Nose) e Jaguar-D, em cores vermelho, azul, amarelo, verde e branco. Para o Jaguar a Estrela disponibiliza o primeiro chassis de alumínio. Neste ano a Estrela já tinha kits de carros para competição, com algumas melhorias em relação aos carros que vinham nos conjuntos vendidos em lojas (chassis de alumínio, eixos e cubos com rosca).


Conjuntos do Auto-Rama:

Oval: com dois carros.

Oito simétrico: com dois carros.

Oito simétrico quatro fendas: com quatro carros.

Oito simétrico sem os carros.

OBS: Não consegui conformação de quais carros vinham em quais conjuntos

Auto-Rama 4 fendas, em forma de oito, com 4 carros. A pista é semelhante a de 1963, mas na cor preta. A Caixa vinha com 2 fontes, 4 aceleradores.


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No material de divulgação a Estrela já indica a mudança de qualidade do produto, passando de brinquedo a hobby (Fonte: Johnny Rook).


Exemplo de Berlineta, de 1965 (Fonte: Johnny Rook). Esse carro é bem bonito!


Fundo da Berlineta, de 1965, com guia móvel, contatos flexíveis e transmissão nova (Fonte: Johnny Rook).


Corvettes 65/66 com a nova transmissão por coroa e pinhão, guia móvel, contatos flexíveis e aro do para-brisa em metal.


Ferrari 156 Shark Nose, de 1965 (Fonte: Johnny Rook).


Ferrari 156 Shark Nose branca em detalhe, com caixa e nota fiscal (Fonte: Alex Cruz).


Jaguar D, de 1965. O logo Estrela aparece no carro, mas ainda é o antigo. Nota fiscal de 1965.


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Jaguar D, 1965 (Fonte: Johnny Rook).


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Fundo do Jaguar D, com chassis de alumínio e motor jacaré (Fonte: Johnny Rook). Já dá para perceber que o carro tem um acabamento bem melhor do que o Corvette.


As outras 3 cores do Jaguar D.


Kit do Jaguar D, de 1965, com todos os componentes, inclusive, cola, ferramentas e manual. À esquerda, embaixo, tem a data carimbada na caixa do kit (Fonte: Alex Cruz).


Vídeo do Kit do Jaguar D (Fonte: acervo de Alex Cruz).


 

Fórmula Jr., de 1965 (Fonte: Johnny Rook).


Ferrari 156 (Shark Nose), de 1965.


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Kit Corvette de competição, com chassis de alumínio, regulável (Fonte: Johnny Rook).



1966 – Aproximação com a Cox


Esse ano teve muitas mudanças e lançamentos. A Estrela muda até o logotipo para o Autorama, adicionando 2 bandeirinhas quadriculadas na parte de cima.

Além de ir substituindo itens de outras marcas, oferecendo mais opções de aceleradores, neste ano a Estrela começa a vender os carros HO (1:87, a escala principal do modelismo de trem – ferromodelismo).

Na escala 1:32 a Estrela lança vários carros: Ford Mustang T e Ford GT40, em plástico injetado e Chaparral-2A, Lotus-30 e Ford Shelby Cobra Sport, em Acetato (ou Vacum, como a Estrela chamava). São carros icônicos que são cobiçados até hoje.

Este foi um importante ano de transição: ao longo do ano de 1966 há mudanças na pista, uma vez que a Estrela encerra o lançamento de conjuntos com as pistas estreitas, lançadas em 1963, semelhantes às A. C. Gilbert e passa a disponibilizar, a partir do 2o. semestre, pistas mais largas que têm origem em acordo com a Revell. Com esta mudança nas pistas, os conjuntos são identificados como Super Pista (é o significado do “S.P.” nas caixas). Estas pistas têm pontas arredondadas nas extremidades para encaixar umas nas outras. Nestas pistas a Reta de Ligação já tem a forma semelhante a que ficou definitiva: tem as tomadas (fêmeas) para a conexão dos plugues de 3 pontas que tanto conhecemos da fonte e aceleradores. Com isso a fonte foi modificada e passou a contar com a tomada/plugue com 3 pontas para conexão na nova Reta de Ligação. A Estrela também passa a vender pistas avulsas. No material do Rodrigo Baer, em 1966 já são apresentados carros que para Johnny Rook só apareceriam em 1967 (Chaparral em plástico injetado, Cheetah e a Ferrari 156 - Shark Nose). Isso novamente deve ser explicado pela questão dos catálogos se referirem a um par de anos. Sendo assim, estes carros já serão apresentados neste item referente a 1966. Inicia-se uma aproximação com a Cox e alguns itens da Scalextric saem de linha. Os aceleradores mudam e passam a ter o corpo igual ao do HO, mas vinham em amarelo, com resistência de 25 ohms. Foram lançados também excelentes aceleradores de polegar, frutos de acordo com a Cox, em 2 tons de azul. Esses aceleradores foram os melhores da Estrela, pois são mais robustos e, principalmente, têm uma melhor refrigeração, resistindo muito mais tempo do que os demais antes de aquecer. Eles eram ótimos paras as competições e a Estrela aproveita para lançar, também, diferentes resistências de 8 e 15 ohms para substituir as originais e “turbinar” a aceleração! Além do motor Super 100 (padrão) a Estrela lança motores especiais, vendidos à parte, para quem queria preparar carros para maior performance: Super Força 100 (azul metálico) e Super Força 200 (vermelho fogo). Estes motores eram semelhantes ao Mabuchi 16D (3 pólos). Também são lançados novos chassis de latão. No 2o. semestre de 1966 já é possível ter ótimas corridas com o Auto-Rama!

No material do Rodrigo Baor, em 1966 aparecem, também, a Cheetah GT e o Chaparral 2A, ao contrário do material do Johnny Rook, que diz que a Cheetah e o Chaparral (em plástico injetado) só foram lançados em 1967. Em 1966, o Chaparral teria sido lançado apenas em Acetato. Estas podem ser inconsistências causadas pelo fato dos lançamentos da Estrela serem sempre nos biênios (neste caso 1966 / 1967), o que pode ser uma explicação para essa divergência (até porque a Estrela nem sempre seguia o protocolo de lançamentos previstos nos catálogos). 


Conjuntos: A partir do 2o. semestre, todos com nome e série Auto-Rama Super Pista

- Oito Simples Simétrico – Sem carros

- Oito Simples Simétrico – 2 carros: Ford GT40 (Vermelho e Azul); Ford Mustang T (Vermelho e Branco); 2 Chaparral 2A; 2 Cheetah GT; 2 Mustang T; 2 Ford GT40 Vermelho.

- Oito Simples Simétrico – 4 carros: Ford GT40 (Vermelho e Azul); Ford Mustang T (Vermelho e Branco).

- Oval/Indianápolis – 2 carros: 2 Ferrari 156 (Shark Nose).

Conjunto Auto-Rama do 1o. semestre de 1966, 2 fendas, ainda com as pistas antigas, mas na cor preta.


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Apresentação das novidades da Estrela para o fim de 1966. As pistas já estão no padrão Super Pista (mais largas) e os carros da foto são os Fords GT40 e Mustang (Fonte: Johnny Rook).


Catálogo Estrela com os carros 1:32 vendidos avulsos em 1966.


Ford Mustang (Fonte: Johnny Rook).


Fundo do Mustang, com chassis gaveta e transmissão por coroa e pinhão, de 1966 (Fonte: Johnny Rook).


Ford GT40 vermelho e azul. Ambos estão com adesivos adicionais que não são originais (a faixa quadriculada preta e branca no vermelho e os adesivos vermelho e amarelo no azul).


Ford GT40 (Fonte: Johnny Rook).

Fundo do GT40, com chassis gaveta, fixando a carroceria por 3 parafusos, de 1966 (Fonte: Johnny Rook).



Lotus-30 – Carroceria de acetato (bolha), com partes transparentes.

Detalhe do motor, visível através do acetato transparente sobre ele. Essa opção foi bem interessante.
Essa Lotus 30 é um carro bem bonito. Através do acetato transparente do para-brisa também é possível ver parte do interior do carro. Na foto podem ser vistos os parafusos de fixação da carroceria nos extensores do chassis.

Ford Cobra Shelby, de acetato, de 1966. Os carros de acetato da Estrela eram muito bonitos!

Chassis da Estrela para as carrocerias bolha (Acetato). Detalhe do motor Super Força 100.

O Shelby Cobra da Estrela ficou muito bonito!

Cheetah azul, provavelmente lançada no final de 1966. Esse carro chega com o chassis gaveta e, no ano seguinte, com chassis monobloco de alumínio. Esse carro é bem legal de correr!

Cheetah vermelha, com chassis gaveta, da 1ª. geração deste carro. Eu acho que este é um dos carros mais bonitos da Estrela!


Chassis gaveta com motor Super Força 100 (Foto: acervo de Alex Cruz).


Chassis em 2 partes, chamado de Alta Performance. Nele o motor faz parte da estrutura (Fonte: Johnny Rook).


O mesmo chassis em 2 partes, com o prolongamento lateral vendido à parte pela Estrela para uso em carrocerias de acetato (Fonte: Johnny Rook).


Chassis Gaveta, de latão, com prolongamentos laterais para carrocerias bolha (Foto: acervo de Alex Cruz).


Motor Super 100 (azul), com induzido com fio verde (Fonte: Johnny Rook).


Motor Super Força 100, num chassis gaveta (Foto: acervo de Alex Cruz).

O motor Super Força 100 era vendido nestas pequenas caixas de “papelão fino”.

Motor Super Força 200 (vermelho-alaranjado) – Kit de competição da Lotus 38 que foi lançada apenas em 1967 (Fonte: Johnny Rook).


Acelerador com o corpo amarelo, com tomada de 3 pinos e resistência de 25 ohms (Fonte: Johnny Rook).


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Acelerador de polegar, de origem Cox, com possibilidade de troca de resistências: 25, 15 e 8 ohms (Fonte: Johnny Rook). É considerado o melhor acelerador Estrela. O amigo André Neves me deu um, pois sabia que eu estava atrás de um destes. Mas ele deve estar com uma resistência menor (não consegui ler o valor) e ficou muito “forte” para andar com os Estrela e réplicas SCX. Nitidamente é muito robusto, suave, macio, progressivo.


Fonte disponibilizada a partir do fim de 1966, já com a tomada/plugue de 3 pinos para conexão na Reta de Ligação Super Pista.


Caixas das pistas S/P vendidas separadamente (Fonte: Johnny Rook). Dá para ver bem as pontas arredondadas para encaixes.


Super Pista lançada No fim de 1966. Passa a ter a largura usada em definitivo pela Estrela. Os encaixes são arredondados e os contatos de ligação entre as fendas de diferentes placas era feito por ponta metálica que não era fixa na pista, como passou a ser em 1968. Na foto não há contatos de ligação (Fonte: acervo de Sandro Souza).

Parte superior da caixa do Kit do Ford GT40, ainda com chassis gaveta.

Caixa do Kit do GT40, 1:32, para competição.


Flâmula Estrela com os 3 carros da Ford: Mustang, Cobra e GT40.



1967 – Avanço na variedade e qualidade


A Estrela continua inovando, já que o Autorama estava muito forte no Brasil, com várias pistas de madeira oferecendo competições, além de muitas pistas caseiras. Neste ano a Estrela entra no universo da escala 1:24. Os carros 1:32 que haviam sido lançados em acetato, agora passam a estar nos novos conjuntos, mas em plástico injetado. Este foi um ano com lançamentos icônicos da Estrela!

Na escala 1:24 a Estrela fez acordos com marcas consagradas nesta escala: Gar-Vic, Russkit, Cox e Monogram e lançou os seguintes carros nesta escala: Chaparral 2A, Ford GT40, Firebird, Ferrari 330 P2 e Ferrari 156. Estes carros vinham com motores mais potentes, podendo usar 2 motores: Super Força 500 ou o Super Força 600, de competição. Ambos na cor vermelha.

Em 1:32 são lançados os carros Lotus-38, Cheetah e Chaparral-2A em plástico injetado.  Estes carros talvez sejam os mais bonitos do universo Estrela! Eu realmente os adoro (apesar de só ter a Cheetah). Mas fiquei apaixonado pelo Chaparral quando o amigo Genaro (do RS) me apresentou a ele. A Lotus 38 só conheço por fotos que vejo nos grupos. Em Acetato os carros são os mesmos de 1966. As coroas (também oriundas de acordo com a Cox) passam a ser de Nylon-Grafite. Os carros são muito bem acabados, chegando, no caso da Lotus-38, a ser superior aos originais das fábricas que eram parceiras da Estrela. Este foi o segundo e último ano das pistas com encaixe redondo.

Com relação a quantidade de conjuntos disponibilizados, novamente temos informações conflitantes: segundo o material do Johnny Rook, a Estrela volta a oferecer 4 conjuntos de pista (como ocorria até 1965), incluindo o de 4 fendas. No material do Rodrigo Baor, não há informações para este ano. Segundo o amigo Vitor Saraiva, neste ano seriam apenas 3 conjuntos.


Conjuntos prováveis: Auto-Rama Super Pista

Indianapolis, oval, com 2 carros.

Oito simétrico, com 2 carros.

Oito simétrico, sem carros.

Grand Prix, oito simétricos de 4 fendas, com 4 carros.


Conjunto de 1967, com Chaparral e Cheetah. Na foto é possível ver as pontas arredondadas das novas pistas lançadas no final de 1966. Os 3 carros na parte de cima da caixa não fazem parte do conjunto.


Conjunto Auto-Rama Super Pista, oito simétrico, com 2 Cheetahs, de 1967.


Caixa do Autorama Super Pista, Oito Simétrico, de 1967, sem os carros e sem fonte. Nesta caixa, bastante incomum, só vinham as pistas e 2 aceleradores.


Catálogo Estrela de carros 1:32, de 1967/1968 (Foto: acervo de Alex Cruz). Para mim, aqui estão os carros mais bonitos da Estrela!


Catálogo Estrela de carros 1:24, de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz).


Lotus-38, da Strombecker, reproduzido pela Estrela (Fonte: Johnny Rook). É um carro muito bem feito, com muitos detalhes! Eu adoraria ter este carro, mas dificilmente teria coragem atualmente de colocá-lo para disputar uma corrida…


Chassis da Lotus-38, com o motor (Super 100) fazendo parte integrante da estrutura, que conta com um pêndulo (bem fino) para o Guia (Fonte: Johnny Rook).


A mesma Lotus 38, mas em vermelho.


Ainda a mesma Lotus 38, vermelha, mas na versão kit, com cornetas vermelhas e rodas com detalhes vermelhos

(Foto: acervo de Alex Cruz).



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Cheetah - Reproduzida pela Estrela a partir da Strombecker (Fonte: Johnny Rook). Esse carro é bonito demais! E pode ser muito legal de correr!


Chassis gaveta da Cheetah de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz). Ótimo acabamento no carro. Detalhe dos escapamentos laterais. Que carro lindo!!!


Alguns detalhes deste carro tão bonito! (Foto: acervo de Alex Cruz).


Chaparral 2A – reproduzido pela Estrela a partir da Strombecker (Fonte: Johnny Rook). Para mim um dos carros mais bonitos da Estrela! Acho que também não teria coragem de colocá-lo para correr de verdade…

Chassis Gaveta do Chaparral (Fonte: Johnny Rook e www.manoloautorama.com.br).

Chaparral 1:24, da Estrela (Fonte: Carlos Turra). Esse era o único 1:24 de plástico injetado. Todos os outros (Cooper F1, Ford GT40, Ferrari 330 P2 e Firebird) eram de acetato, que a Estrela identificava como Vacum. Mas era um acetato muito bonito e com alguns detalhes.


Traseira do Chaparral 1:24, da Estrela (Fonte: Carlos Turra).


Chassis do Chaparral 1:24 - origem na Gar-Vic (Fonte: Carlos Turra).


Firebird 1:24, a carroceria é de acetato.


Chassis do Firebird 1:24 (Igual ao do Chaparral 1:24). Motor Batatão e transmissão toda em metal.


F1 Ferrari 156 Escala 1:24 (Fonte: Johnny Rook).

Chassis da Ferrari 156 1:24 (Fonte: Johnny Rook).


Ferrari 330 P2 Escala 1:24 (Fonte: Johnny Rook).


Motor Super Força 600 (Batatão) (Fonte: Johnny Rook).


Catálogo Estrela de Pistas, de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz).


Catálogo Estrela de Carrocerias, de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz).


Catálogo Estrela de Chassis, de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz).


Catálogo Estrela de Peças, de 1967 (Foto: acervo de Alex Cruz).



1968


Na minha visão, este ano foi um marco maravilhoso no Autorama Estrela: ela muda novamente as pistas, alterando as conexões, que deixam de ser arredondadas e passam a ser retangulares/trapezoidais e, para a escala 1:32, a Estrela lança carros marcantes, novos controles, chassis etc. 

São lançados dois novos carros: Ford J (oriundo da Strombecker) e Andorinha (da Cox). O Ford GT40 passa a vir com novo chassis de alumínio que, como os demais, são frutos de acordo com a Cox. No Ford J e no GT40 são chassis de alumínio basculantes, baseados no chassis de origem Cox IFC (Isofulcrum). O motor fica preso no pêndulo, que leva também o Guia. O Andorinha e Cheetah também vinham com chassis de origem na Cox, mas era o monobloco, composto apenas pela parte que funciona como pêndulo nos Fords J e GT40. Neste caso, o eixo da frente se prendia diretamente na carroceria através de “garras” fixas. Na parte de trás, a carroceria se prendia também através de garras, mas ao invés de ir no eixo, elas se fixavam nas buchas de latão que separam o eixo do chassis. Essas buchas eram um pouco mais compridas do que as de outros carros. Há uma pequena diferença entre os chassis do Ford J e do GT40: somente no chassis do GT40 existem 2 abas na parte de trás para aparafusar a parte traseira da carroceria. O chassis usado no Andorinha, Cheetah, etc. é quase 1 cm mais curto do que os pêndulos do Ford J e GT40. Algumas pessoas – eu inclusive – gostam de trocar o pêndulo “longo” no GT40 e Ford J pelo chassis mais curto dos Andorinha e Cheetah, para evitar que o guia fique para fora do carro. Não afeta o desempenho, mas ajuda muito na estética destes bonitos carros.

O chassis basculante, de alumínio, me parece que foi o melhor chassis da Estrela. Bem leve, oferece uma ótima pilotagem e pode ser adaptado em alguns carros de outras marcas, como a Ferrari 250 GTO e a LM da Revell/Monogram. Esta possibilidade me foi apresentada pelo Paulo Strehl e pelo Genaro. Paulo argumentava que elas são excelentes para corridas contra o Ford GT40 por terem dimensões parecidas com ele. Colocando a mesma mecânica Estrela, possibilitariam ótimas corridas. Como nem tudo é perfeito, estes chassis de alumínio basculante são mais frágeis, podendo empenar e quebrar parte do pêndulo. Ainda assim, é deste tipo de chassis que eu gosto e dou preferência!

Ferrari 250 LM Revell/Monogram com o chassis basculante do GT40 da Estrela. Ficou ótima para correr! (Foto: acervo próprio).


Os motores especiais Super 100 e Super Força 200 saem do catálogo, assim como as carrocerias 1:32 de acetato. Desta forma, só o motor Super Força 100 é mantido. As pistas também são alteradas para um padrão que foi utilizado até hoje (exceto no Autorama Fast Track).

É lançada a Curva Inclinada, que vinha no conjunto denominado Monza, em referência à curva inclinada que existia naquele circuito italiano na vida real. A Curva Inclinada era vendida em kit à parte também. Eu gosto muito da Curva Inclinada, que possibilita entrar com velocidade mais alta e, principalmente, sair com velocidade muito mais alta! Além disso, nas Curvas Inclinadas mesmo os Fórmulas 1 conseguem fazer ultrapassagens sem um jogar o outro para fora das curvas. 

A Estrela vendia dois conjuntos básicos (Indianápolis e Mônaco) e dois maiores e mais caros (Monza e Grand Prix – Este último era um 4 fendas). Eu considero o circuito Monza o melhor dentre todos os originais da Estrela. Acrescentando algumas retas, ele ficava ainda melhor, pois era possível entrar e sair da Curva Inclinada ainda mais rápido, obrigando a uma frenagem técnica antes de fazer a curva para cruzar o circuito! No conjunto de 4 fendas vinham os carros: Ford GT40, Ford J, Chaparral 2A e Cheetah GT. Ainda que eu goste de correr com carros com desempenhos semelhantes, fico imaginando que maravilha correr com estes 4 carros num mesmo circuito! 1968 foi o último ano de venda da Cheetah. São vendidos, ainda, a Lotus 38 e o Mustang T.

Até as caixas sofreram mudanças: elas deixam de ser de papelão apenas e passam a ter o fundo de isopor, com espaços predefinidos para cada parte do conjunto, aumentando em muito a qualidade do produto. Neste ano, a parte de isopor é envolvida por uma sobrecaixa deslizante de papelão, como se fosse uma caixa de fósforos grande. Isso não era muito prático e, a partir do 2o. semestre de 1969, já muda novamente, mantendo o fundo de isopor e a tampa de papelão, mas ela volta a ser semelhante às anteriores e posteriores a este curto período: volta  ser do tipo “tampão”.

Na escala 1:24 mantém-se somente o Chaparral 2A. O motor Super Força 600 sai do catálogo, ficando apenas o Super Força 500. 1968 foi o último ano dos Estrela 1:24.


Conjuntos do Auto-Rama S-P:

- Indianápolis: o menor, oval, com os carros Mustang.

- Mônaco: oito simétrico, com as possibilidades de carros: 2 Ford J (Vermelho e Branco); 2 Lotus 38 (Verde e Vermelho; Ford GT40 (Vermelho) e Cheetah GT

- Monza: oito assimétrico, com Curva Inclinada e grande Parabólica com curvas de 30 graus, com as possibilidades de carros: 2 Ford J (Vermelho e Branco); 2 Lotus 38 (Verde e Vermelho).

- Grand Prix: 4 fendas em forma de oito simétrico grande, com os carros: Ford GT40 (Vermelho), Ford J (Branco), Cheetah GT, Chaparral 2A.

Conjuntos vendidos em 1968. Detalhe da Litografia com o Ford J amarelo na tampa e os aceleradores de origem Cox na caixa.


Conjunto Mônaco, de 1968, com 2 Ford J e com os aceleradores de polegar.


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Conjunto Monza: Curva Inclinada e curvas de 30 graus, fazendo um 8 Assimétrico. (Fonte: Johnny Rook). Na minha opinião é o melhor conjunto da Estrela!


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O interior da caixa de um conjunto Monza, com 2 Ford J e controles de polegar em  azul claro (Fonte Johnny Rook). Apesar de estar presente nesta caixa, pouquíssimas unidades de Ford J amarelo foram colocadas à venda.


Caixa da Curva Inclinada vendida à parte. Eu adoro a curva inclinada! Na nossa pista temos 3 delas. É excelente para ultrapassagens,especialmente para quem está na parte de baixo/dentro da curva. Para os F1 é a solução perfeita para ultrapassagens sem um carro lançar o outro para fora da pista, evitando quebras (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Apesar de ter apresentado anteriormente os 4 circuitos presentes no catálogo e vendidos pela Estrela a partir da 2ª. metade de 1968, vale a pena comentar sobre um conjunto raro vendido pela Estrela no 1º. Semestre de 1968. Apesar de ter número de identificação (95003, como pode ser observado na foto à frente), ele não aparece em nenhum catálogo de 1967, 1968 e nem 1969. É um conjunto pequeno em forma de oval, composto por curvas de 30 graus nas duas extremidades e com apenas 1 reta de cada lado. Os carros eram 2 Fords Mustang. Este é mais um exemplo de que de vez em quando encontramos itens do Autorama Estrela fora dos padrões, especialmente nos anos 60. Assim como era possível encontrar um carro (como a Lotus 16) em um catálogo e ele nunca ter sido vendido, também é possível encontrar um item à venda, mas que não constava em nenhum catálogo. A seguir, comprovando a história, tem fotos do conjunto com alguns detalhes dele e do manual.

Caixa do conjunto que não consta no catálogo. A caixa em si é semelhante à do Indianápolis, mas este oval é formado com curvas de 30 graus e apenas 1 reta de cada lado. Na caixa estão 2 Mustangs.

 

No interior do Manual pode-se ver a instrução de pré-montagem: nesta versão de pista (SP) de final de 1966  a começo de 1968 os encaixes eram com as pontas redondas e os contatos metálicos deveriam ser encaixados na hora da montagem. É possível ver também a forma do circuito e a quantidade de curvas (12 de 30 graus) e de retas (1 de ligação e outra comum).

Nestas fotos é possível ver o número de catálogo e data de fabricação deste conjunto. Apesar de conter o número na caixa, ele não foi encontrado nos catálogos da época.

Daqui em diante retornamos, novamente, aos itens de catálogo.


Catálogo com os carros 1:32 de 1968/1969. (Foto: acervo de Alex Cruz). Para mim, aqui estão os carros mais bonitos da Estrela!


Carroceria e Chassis Monobloco do Andorinha, Cheetah GT e Chaparral 2A (Fonte: Johnny Rook). O Chassis é muito semelhante ao pêndulo do chassis basculante dos Fords GT40 e J, só que 9 mm mais curto.



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Andorinha, de 1968, de origem Cox (Fonte: Johnny Rook).


Fundo do Andorinha, com o chassis monobloco de alumínio de origem Cox. O eixo da frente fica preso diretamente em “garras” na carroceria. Os pneus da frente são muito finos, para diminuir o atrito (Fonte: Johnny Rook).


Cheetah GT com o chassis monobloco de alumínio, que é quase igual ao pêndulo do chassis basculante de alumínio, só que quase 1 cm mais curto (Fonte: Johnny Rook).


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Ford J, de 1968, de origem Strombecker (Fonte: Johnny Rook).


O Ford J amarelo da Estrela, de 1968 - Este da foto foi pintado de amarelo. Ele está com o pêndulo original, que faz com que o Guia fique muito para fora do carro. Na foto seguinte é mostrado o fundo de outro Ford J, mas com o pêndulo curto.


Fundo de um Ford J da Strombecker com o chassis basculante de alumínio da Estrela. Nessa foto o pêndulo “longo” original foi substituído pelo pêndulo “curto”, que era o chassis monobloco da Cheetah, por exemplo. Esse é um carro bem legal de correr também! (Foto de acervo próprio).


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Chaparral 2A, escala 1:24, com motor Super 500 (Fonte: Johnny Rook).


Catálogo Estrela de Pistas, de 1968 (Foto: acervo de Alex Cruz). Atenção às pistas na parte esquerda da figura: eram vendidas pistas tanto do novo padrão de encaixe (trapezoidal/retangular) quanto de pistas “adaptadoras” que tinham o encaixe novo de um lado e o antigo (arredondado - padrão 66/67) do outro. Essas pistas híbridas são muito raras hoje.


Chassis de alumínio, basculante, com pêndulo que começa no eixo traseiro e vai até a frente do carro, acomodando o motor e o Guia. Equipava o Ford J e o GT40 (a partir de 1969, também equipa a Lola T70) (Foto de acervo próprio).


Chassis Basculante de alumínio: o da esquerda com pêndulo longo (que vinha nos carros Fords GT40, J e Lola T70) e o da esquerda com o pêndulo curto (chassis monobloco que passou a vir na Cheetah, Chaparral, Puma). Mais à direita detalhe da diferença de comprimento dos 2 pêndulos (menos de 1cm de diferença) (Foto de acervo próprio).


Lotus 30 de Acetato sobre um chassis de alumínio deste ano (Fonte: Johnny Rook).


Apesar de ter parado a fabricação das bolhas em Acetato, as que ainda restavam no mercado eram usadas no chassis basculante de alumínio lançado neste ano, proporcionando um excelente desempenho nas pistas (Fonte: Johnny Rook).



1969 - Looping e carros de origem europeia


Em 1:32, são lançados a Lola T70 MK IIIB Coupé (o carro da Estrela que mais gostei até agora!); o Puma 1600 GT (que na realidade seria o Puma GT, com motor 1500), slot que só existe no Brasil. No final deste ano, provavelmente no catálogo 1969/1970, a Estrela lança Porsche 907 GT (a Estrela nomeia ele assim, mas na realidade ele era o 917 GT, oriundo da Faller) e o Alfa-Romeo 33 Sport (da Fleischmann), que é um carro muito bonito! Segundo o material do Rodrigo Baor, o Puma só apareceu em 1971. Esse foi o último ano do Mustang T.

A Estrela lança um novo conjunto preparado para ser conectado a um Looping (no material do Rodrigo Baor, o Looping seria de 1971 - pode ser mais uma confusão da Estrela). O looping, que era de metal, era vendido separadamente numa caixa em que vinha, também, um conector - em forma de trapézio - do looping à pista. Ou seja, diferentemente da Curva inclinada, o looping não estava presente em um conjunto específico, ele só era vendido em uma caixa à parte. 

São lançados, também, novos aceleradores de polegar, com origem em acordo com a Revell, inferiores em robustez aos que tiveram origem em acordo com a Cox. Ainda assim, depois destes da Cox, o da Revell foi o melhor acelerador que conheci. Neste ano os aceleradores saem em azul e em branco. Depois a cor muda para vermelho. Este é o acelerador que eu mais uso nas corridas aqui na pista, já que não tenho nenhum da Cox funcionando.

A Estrela lança, ainda, um conjunto 1:32 à pilha, que era colocada no acelerador. Os catálogos só apresentam conjuntos com 1 Lola e outro carro diferente (Ford J e Puma GT), mas existem conjuntos vendidos nas lojas com 2 Lolas. Este é outro exemplo da falta de padrão rigoroso na Estrela: parece que se na linha de produção não tinha os carros previstos, eram inseridos nos conjuntos os carros que estavam disponíveis, para sofrimento dos colecionadores que gostariam de se orientar pelos catálogos…

A Estrela acaba com os carros na escala 1:24. 


Conjuntos do Auto-Rama SP:

Gávea: o menor, oval, com os carros: 2 Andorinhas;

Mônaco: oito simétrico, com os possíveis carros: Porsche 907 (a Estrela chama de 907) e Alfa Romeo P33; Ford J (Vermelho) e Lola T70;

Monza: oito assimétrico, com Curva Inclinada e parabólica grande com curvas de 30 graus, com os possíveis carros: Ford J (Vermelho) e Lola T70; Porsche 907 e Alfa Romeo P33.

Looping: oval, com curvas de 30 graus dos dois lados, com os carros: Lola T70 e Puma GT.


Divulgação do Looping pela Estrela. Queria ver hoje alguém com coragem para colocar uma Lola original no looping…


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Acessório Looping, em metal, vendido à parte (Fonte: Johnny Rook).


Conjunto para conexão com o Looping (que era vendido à parte), de 1969.


Caixa do Looping e conexão (em forma de um trapézio) com a pista. No manual aparece o circuito oval no qual deveria ser conectado. Dois colecionadores me informaram que a pista de conexão do looping (de metal) com o circuito normal era feita em madeira, que com o tempo se desfazia. É bem difícil encontrar um exemplar em condições de uso hoje.


Pista montada com o Looping (Foto: acervo de Jefferson Franco). Que fotografia maravilhosa e rara de se encontrar!


Detalhe da conexão em forma trapezoidal para o Looping (a conexão vinha junto com o Looping de metal, em caixa à parte). Nesta conexão as fendas são afastadas para a entrada no looping, em cuja saída a distância entre as fendas voltava a ser a mesma das pistas normais (Foto: acervo de Jefferson Franco).


Cada fenda no Looping era afastada na conexão e, em seguida, a parte onde o carro corria era dividida em 2 partes. No meio delas corria a Guia.


Vista de trás (de fora) do looping, mostrando a separação entre as duas partes metálicas que garantia um espaço para a Guia correr. O afastamento certo era mantido pelas placas pretas isolantes, como a que aparece na parte de cima desta foto.


Parte do Manual do Looping, com instruções de montagem.


Lolas T70, de 1969. É o carro que mais gosto de correr da Estrela. Tem um comportamento constante, previsível, tendo se adaptado perfeitamente ao chassis basculante. E não tem partes para quebrar: em pequenas batidas e capotagens o corro permanecerá inteiro, pois não tem retrovisores, canos de descarga, suspensão etc. para quebrar.


Fundo da Lola. Chassis basculante de Alumínio (IFC) (Fonte: Johnny Rook). A Lola é um pouco mais comprida que os Fords GT40 e J, não necessitando do uso do pêndulo “curto”.


Lolas com dois tons de vermelho diferentes e uma delas com o farol pintado de prata (Fonte: Johnny Rook). Este é mais um exemplo da falta de padrão da Estrela.


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Autorama 1968: Aceleradores azuis (origem Revell), Lola T70 e Puma GT (Fonte: Johnny Rook).


Pumas GT, de 1969. O pneu cinza não veio neste carro: ele surge somente em 1972 (no Autorama Fittipaldi 1ª. série). Acho a cor inapropriada, mas o pneu é muito eficiente e não endurece (tenho pneus deste tipo macios e muito aderentes ainda hoje).


Fundo da Puma GT: chassis monobloco é o pêndulo do chassis basculante de alumínio. O motor dourado é de 1970. Em 1969 era azul metálico (Fonte: Johnny Rook).


Porsche 907 GT azul e Alfa-Romeo 33 Sport vermelho (Fonte: Johnny Rook).


Alfa Romeo, de 1970. Eu acho a Alfa Romeo um carro muito bonito!


Fundo da Alfa Romeu, de 1970, com o chassis monobloco de alumínio e motor preto. Os pneus cinza não são originais deste carro.



1970


Neste ano começa a redução de lançamentos, e são vendidos os conjuntos já lançados no segundo semestre do ano anterior. A Estrela lança, para venda à parte, um novo contador de voltas com os números aparecendo num visor na própria pista. Este contador se manteve até a década de 2.000. Seu funcionamento mecânico não era preciso e falhava muitas vezes (eu sempre retiro o contador - é fácil desmontar e depois remontar - e uso telemetria, por células fotoelétricas para contagem de volta, tempo e gerenciamento de corridas com o software Race Coordinator). Neste ano, a Estrela passa a fornecer os motores na cor dourada ou preta.


Conjuntos do Auto-Rama SP::

Indianápolis: o menor, oval, com os carros: T70 e Puma GT;

Mônaco: oito simétrico, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33; 

Monza: oito assimétrico, com Curva Inclinada e parabólica grande com curvas de 30 graus, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33.

Looping: oval, com curvas de 30 graus dos dois lados, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33.


Catálogo Estrela, de 1970/71 com os conjuntos Looping e Indianápolis (Fonte: Alex Cruz). Apesar da figura mostrar o looping num conjunto, ele só foi vendido separadamente.


Catálogo Estrela de peças avulsas, 1970/71 (Fonte: Alex Cruz).


Reta Contadora de Volta. Esta é de um outro ano, que tenho em casa. Não consegui foto de uma de 1970. Ela tem uma ponta de mola que fica dentro da fenda. Quando o carro passa, arrasta essa ponta e ela aciona um disco numerado, que gira mostrando a volta em que o carro daquela fenda está. Eu não gosto de usar estar reta. Prefiro desmontar o mecanismo para o carro passar sem nenhuma resistência. Hoje os sistemas de telemetria têm um custo bem acessível e são muito mais eficientes, além de mostrarem tempo por volta, gerenciarem corridas (e campeonatos), inclusive com trocas de fendas e simulação de abastecimento (eu não uso esta última opção) (Foto de acervo próprio).



1971 - Muitas descontinuidades


Ano de poucas novidades, provavelmente em virtude da queda nas vendas. A Estrela passa a fornecer a reta com contador de voltas nos conjuntos mais caros (em 1969 ela era vendida como acessório à parte).

Em 1:32, o conjunto Looping não é mais oferecido (ficou apenas 2 anos à venda). Aqui temos mais uma informação conflitante: no material do Rodrigo Baer, o Looping está presente no catálogo de 1971 (talvez fosse um catálogo de 70/71 e aí o Looping ainda estaria presente). São oferecidos apenas 3 conjuntos neste ano. Os carros são oferecidos apenas em azul e vermelho neste ano. O glorioso Ford GT40 sai do catálogo.

Este ano de 1971 marca o fim de uma importante fase do Autorama Estrela: foi o último ano com a Estrela priorizando os carros do tipo GT. A partir de 1972, vem a fase em que a Estrela passa a priorizar a Fórmula 1 devido, principalmente, ao sucesso de Emerson Fittipaldi nesta categoria. A Estrela vai passar a contar com o Emerson Fittipaldi (e também seu irmão Wilson) como garoto propaganda do Autorama, levando a um bom crescimento nas vendas. Mas isso vai estar presente em outro período da história do Autorama Estrela.


Conjuntos do Auto-Rama SP:: 

Indianapolis: o menor, oval, com os carros: Lola T70 e Puma GT.

Mônaco: oito simétrico, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33.

Monza: oito assimétrico, com Curva Inclinada e parabólica grande com curvas de 30 graus, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33.

Looping: oval, com curvas de 30 graus dos dois lados, com os carros: Porsche 907 e Alfa Romeo P33.

Catálogo Estrela com os conjuntos Monza e Monaco, de 1970/71 (Fonte: Alex Cruz).


Catálogo Estrela com carros 1:32, de 1970/71 (Foto: acervo de Alex Cruz). Foi o último ano de venda em conjuntos de vários destes carros maravilhosos.


Catálogo Estrela de pistas, de 1970/71 (Foto: acervo de Alex Cruz). Neste catálogo somente as retas podiam ser encontradas com os encaixes híbridos (pontas arredondadas das pistas de 1966/67 e pontas trapezoidais/retangulares de 1968 em diante). As curvas presentes no catálogo de 1968/69 já não eram mais vendidas.


Catálogo Estrela de peças, com a Reta com Contador de Volta incorporado. Este foi o último catálogo em que o Derbi-Rama ainda era oferecido (Foto: acervo de Alex Cruz).


Aqui encerra-se um ciclo da História do Autorama Estrela. Para quem gosta de correr com os carros em pistas Estrela deve ter sido o melhor período, pois em geral os carros eram muito bons e bonitos. Foi a fase de melhor qualidade. Além disso, os carros conseguiam andar bem nas pistas Estrela, disputando posições em quaisquer das curvas. A partir de 1972, a Estrela foca nos Fórmula 1, lançando os diversos conjuntos Fittipaldi. Até 1979 os carros ainda são bons e apresentam muitos detalhes, mas a largura dos carros, aliado à exposição das rodas dos F1, especialmente a partir da 2ª. geração do Fittipaldi, dificultam muito a disputa por posição nas curvas de 60 graus. Sem falar na chance de quebra de diversos itens nos carros, que têm muitos detalhes como pontas das asas, suspensão, retrovisores etc. De 1980 em diante começa uma redução de custos que afeta ainda mais a qualidade dos produtos. Mas estas são histórias para as próximas seções deste texto.


Períodos descritos:

Autorama Estrela - Início

1972 a 1979

1980 a 1996

1997 a 2004

2005 a 2023

Resumo

Origem do Autódromo do Quebra Coco

Pistas de Autorama no Brasil


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