Autorama Estrela: alguns dados de 1972 a 1979



1972 a 1979 – Disseminação do Autorama Estrela

Nesta 2ª. parte do texto, reunimos informações sobre a fase Fittipaldi do Autorama Estrela, com chassis e motor em linha. É bem verdade que em 1980 os conjuntos ainda receberam o nome Fittipaldi, mas já eram bem diferentes, com carros bem mais simples em termos de detalhes, além da mudança no chassis e na posição do motor.



1972 – Ano de grande mudança no Autorama Estrela


A partir de 1972 começa o que eu entendo como uma segunda fase do Autorama Estrela. Com o declínio do Slot no Brasil a partir do fim dos anos 60 e, principalmente, 1970 e 1971, a Estrela muda sua estratégia e aposta nos Fórmulas 1 para recuperar as vendas. Com o sucesso gerado pelo 1º Campeonato Mundial de Fórmula 1 de Emerson Fittipaldi, a Estrela muda o chassis e passa a fabricar carrocerias próprias, em forma de Fórmula 1 daquela época. Elas são apresentadas como escala 1:32, mas claramente são maiores do que isso. Não chegam a ser 1:24, mas ficam entre as duas. Um inconveniente deste tamanho maior do que 1:32, aliado às rodas expostas dos Fórmulas é que se dois F1 entram juntos numa curva plana, é muito provável que um “lance” o outro para fora da pista, pois as rodas de tração têm grandes chances de se tocarem. A Estrela faz todo um marketing em torno de Emerson Fittipaldi (e seu irmão mais velho Wilson Fittipaldi). O Emerson já havia participado e ficado em 3º. Lugar num campeonato de Autorama que a Estrela organizou em 1964.

A Estrela distribui 3 conjuntos, sendo 2 com carros Fórmula 1 neste ano, todos com a denominação Auto-Rama S.P., Série Fittipaldi: Gávea (semelhante a um oval), Interlagos (em forma de 8 simétrico) e o Fórmula 1 (que tem a mesma forma do Monza – Curva Inclinada numa extremidade e uma parabólica com curvas de 30 graus na outra. Por conta do novo tamanho dos Fórmulas 1, a Estrela passou a fornecer os acostamentos nos conjuntos - antes eram vendidos separados. Os acostamentos e seus terminadores – especialmente os externos, tanto nas curvas de 30 quanto nas de 60 graus – são fundamentais com os Fórmulas 1. A pista é a mesma desde 1968, mas a cor muda, passando a ser cinza claro. Esta cor vai se manter até 1979, ainda que possam ocorrer pequenas variações na tonalidade.

Neste ano foram lançadas as bonitas Lotus 72 D, em vermelho e em preto e só foram fabricadas em 1972 e 1973. Elas vinham em bonitas caixas de exposição, com base de isopor, coberta por um fundo relativo ao carro comprado e com tampa de acrílico. A Estrela chamava de “Vitrine com tampa em Vacum-Forming”. Nas fotos à frente é possível ver algumas destas bonitas caixas, hoje bastante cobiçadas e caras.

Os aceleradores são os mesmos de antes: vermelhos, de origem Revell, Azul, de origem Cox (só para venda à parte) e Amarelo, de origem Tyco. As fontes também são as mesmas, mas com novo grafismo. O motor muda: continua sendo fornecido pela Oxford, mas tem mais potência; é pintado de preto, com furo oval e assinado pelo Emerson Fittipaldi. A relação muda, ficando mais longa. Essas mudanças de motor e transmissão foram necessárias, pois os Fórmulas 1 eram mais pesados que os carros anteriores. A transmissão é por pinhão de 7 dentes e coroa de 33 dentes, e vai se manter assim por alguns anos. Coroas de 29 e 31 dentes eram vendidas avulsas para permitir adequar os carros aos diferentes traçados e extensões das pistas. O chassis é todo novo, numa mistura de alumínio e latão e havia um peso no pêndulo, para ajudar na estabilidade da frente do carro, mantendo a guia na fenda. As rodas traseiras são novas, mais largas - o que ajuda na estabilidade, mas acabou contribuindo para um carro forçar o outro para fora nas curvas).

Os conjuntos vêm, pela primeira vez, com um tipo de pneu cinza, que por alguma razão, provavelmente não esperada, é muito eficiente e não fica duro nunca. Hoje, em 2024, eu uso alguns pneus cinza dessa geração (esse foi outro aprendizado com o pessoal do RS). Os pneus de espuma preta, se não tratados com muito cuidado e manutenção rigorosa endurecem, perdem eficiência e podem chegar a quebrar. Acho que até hoje nunca conseguiram reproduzir o tal pneu cinza, que os amigos do Rio Grande do Sul apelidaram de “MELSA” (“Micro Espuma de Látex das Seringueiras da Amazônia”). Essa parece ser mais uma prova explícita da falta de padrão da Estrela, pois nunca mais ela reproduziu este pneu e ninguém sabe sua composição (se alguém descobrir vai vender muito pneu, pois acho que quase todos gostariam dele!).

Os carros vendidos são conhecidos como 1ª. série (da geração Fittipaldi), marcados pelas rodas de F1 menos largas do que as que vieram depois. A 1ª. série se deu até os conjuntos da série McLaren (1974). Depois começa a 2ª. série, com rodas mais largas e sem os “MELSAs”.

Conjuntos: Auto-Rama SP – Série Fittipaldi.

Gávea, oval, o menor deles, com os carros: Porsche Azul e Alfa Romeo Vermelho.

Interlagos, oito simétrico, com os carros: Lotus 72D Vermelha e Lotus 72D Preta.

Fórmula 1, que é igual ao Monza (que existiu até 1971), sendo o maior conjunto, com os carros: Lotus 72D Vermelha e Lotus 72D Preta.


Capa do Catálogo Estrela de 72/73. Dá para ver o logotipo da Estrela no macacão de corrida do Emerson Fittipaldi, indicando patrocínio da marca.


Propaganda da Estrela para divulgar seu Autorama. Na foto aparecem o Emerson Fittipaldi e as 2 Lotus 72D (a vermelha e a preta) (Fonte: Johnny Rook).


Os 3 conjuntos de 1972, os dois primeiros vinham com 2 carros da geração anterior: Porsche e Alfa Romeo. Os aceleradores são os de polegar, vermelhos, de origem Revell (Fonte: Johnny Rook).


Conjunto Auto-Rama S.P. Fittipaldi Interlagos, de 1972, com as 2 Lotus 72D e os aceleradores vermelhos, de polegar.


Conjunto Fórmula 1 do Autorama série Fittipaldi, de 1972. Esse conjunto tinha o traçado tão bom quanto os antigos Monza dos anos 60 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Lotus 72-D, de 1972. Todos queriam a preta. Na foto dá para ver alguns detalhes do carro, como a suspensão e a Caixa de Exposição em que podiam ser comprados (Foto: acervo de Genaro Finamor).


Lotus 72D preta (número 1) e vermelha (número 11) de 1972. As bases das caixas são muito semelhantes às da Fleischmann. Os pneus são os cinza “MELSA”. Dá para ver as bonitas bases em que os carros podiam ser comprados (Fonte: Johnny Rook).


Lotus 72D, preta, série Fittipaldi (1a. série), de 1972 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Fundo da Lotus 72 D, mostrando o bonito e bom chassis de alumínio e latão lançado em 1972. No motor é possível ver a assinatura do Emerson Fittipaldi (Foto: acervo de Marco Gavioli).



Lotus 72D, vermelha, série Fittipaldi (1a. série), de 1972 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Fundo da bonita Lotus 72D (Foto: acervo de Marco Gavioli).


O chassis de alumínio e latão, com peso no pêndulo e o motor assinado por Emerson Fittipaldi (Fonte: Marco Gavioli).


Motor preto, de furo oval, de 1972, assinado pelo Emerson Fittipaldi que saiu apenas nos conjuntos da série Fittipaldi, de 1972 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Pneus de micro espuma que não ressecam nem endurecem, apelidados de MELSA pelo pessoal de Porto Alegre (Fonte: acervo de Cedric Augusto).



Acelerador que vinha nos conjuntos da série Fittipaldi (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Transformador (Fonte) que a Estrela passou a fornecer na série Fittipaldi: continua fornecendo 12 volts, mudando apenas o grafismo, com a referência à série Fittipaldi (Fonte: acervo de Marco Gavioli).


1973


É lançado o Auto-Rama Fittipaldi, série Campeão do Mundo, em homenagem ao campeonato de Emerson de 1972. A Estrela coloca foco total nos Fórmula 1. Chegam os bonitos modelos Tyrrell-003, de 1.971, cujo piloto era o Jackie Stewart, e o Brabham-BT42, de 1.972, pilotado pelo Wilson Fittipaldi. 1973  foi o último ano com os motores pretos com furo oval. No final deste ano, apesar de serem da Oxford, os motores saíram ainda na cor preta, mas com 2 furos redondos e sem a assinatura do Emerson Fittipaldi. Os aceleradores vermelhos, de polegar, são iguais aos dos anos anteriores. Este é o último em que a Estrela usa o nome Auto-Rama, com hífen e S.P. no nome dos conjuntos. S.P. era a abreviatura para Super Pista, sigla que passou a ser utilizada no fim de 1966 quando as pistas mudaram do padrão A.C. Gilbert para o padrão Revell, com as pistas mais largas.

A Estrela para de vender a Lola T-70 e o Puma GT (ambos lançados em 1969). Dos carros que conheci, a Lola T-70 era o melhor carro da Estrela. Era muito equilibrado e permitia excelente pilotagem, chegando a ser possível, com muito treino, controlar derrapagens para fazer um drift para ajudar em algumas curvas.

Tanto a linda Tyrrel como a Brabham foram fabricadas de 1973 a 1980.


Conjuntos: Auto-Rama SP Fittipaldi – Série Campeão do Mundo

Gávea, oval, o menor deles, com os carros: Alfa Romeo Vermelho e Porsche Azul.

Interlagos, oito simétrico, com os carros: Lotus 72D Preta e Brabham BT42.

Fórmula 1, o maior conjunto, com os carros: Lotus 72D Preta e Tyrrel.

Conjuntos da série Campeão do Mundo lançados em 1973.


Conjunto Fórmula 1 do Autorama Fittipaldi série Campeão do Mundo, de 1973 (Foto: Acervo de Marco Gavioli).


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Os lindos carros Brabham BT34, do Wilson Fittipaldi e Tyrrell 003 do Jackie Stewart, vendidas de 1973 a 1980 (Fonte: Johnny Rook).


Tyrrell Estrela: detalhe na frente bem grande, apelidada de “tira-neve”. Esse carro é muito valorizado e é lindo demais! (Foto: acervo de Marco Gavioli).


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Tyrrell vista de baixo, com o bonito chassis em alumínio com pêndulo em latão (Fonte: Johnny Rook). A Tyrrell desta foto não está original: o motor preto tem o rasgo oval, ao invés do preto de 2 furos deste ano e os pneus eram cinza e não os pretos.


Brabham BT42, do Wilson Fittipaldi, do conjunto de 1973, com muitos detalhes que a tornam muito bonita. Patrocínios de empresas brasileiras, como no carro real (Foto: acervo de Genaro Finamor).

Mecânica correta da Série Campeão do Mundo, com o motor preto de 2 furos, sem assinatura do Fittipaldi (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Motor preto, com 2 furos, de 1973 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Transformador (Fonte) da série Campeão do Mundo (Foto: acervo de Marco Gavioli).


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Carros vendidos por fora dos conjuntos. O Ford J, lançado em 1968 continua sendo oferecido). Dos 3, é o único que tem o chassis basculante de alumínio. Os demais têm  chassis de alumínio monobloco (Fonte: Johnny Rook).



1974


Neste ano a Estrela muda o nome dos conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série McLaren, em função da mudança do Emerson Fittipaldi da Lotus para a McLaren. Os conjuntos deixam de ter o S.P. (Super Pista) no nome, que também é modificado para Autorama, sem o hífen que existia desde o fim de 1966. A Estrela lança o lindo carro McLaren M23 (V1), com entrada de ar quadrada e aerofólio traseiro alto.

São vendidos 4 conjuntos: 3 iguais aos anteriores (Gávea, Interlagos e Fórmula 1) e 1 novo: Grande Prêmio Brasil. Este era um oval com Curva Inclinada num lado e curvas de 30 graus no outro, separadas por 4 placas de retas de cada lado (incluindo a entrada e saída da Inclinada). Ele é semelhante ao que a Estrela vendia como Looping em 1969, só que com a Inclinada no lugar das curvas de 30 graus em um dos lados. No modelo Gávea, vinham sempre os carros dos anos 60 e neste ano vinham dois Ford J. Este foi o último ano dos pneus “MELSA”.

Neste ano a Estrela traz um novo motor da Oxford: a caixa dele é pintada de branco, com 2 furos redondos.

A Estrela para a fabricação do Alfa Romeo e do Porsche. Ela para de vender à parte o controle de polegar de origem Cox (considerado como profissional, o melhor para as competições) e fica apenas com o de origem na Revell. O Ford J continua sendo vendido, mas apenas em vermelho e azul.

Neste ano de 1974, a Estrela volta a patrocinar um campeonato nacional de Autorama (2o. Grande Prêmio Nacional de Autorama), corrido com modelos Fórmula 1, em pistas de madeira de 8 fendas. É o segundo campeonato patrocinado por ela (em 1964 foi o primeiro).

Em comemoração ao bicampeonato do Emerson Fittipaldi, no final de 1974 a Estrela presenteia convidados de um evento com um McLaren M23 todo cromado, que vinha numa base de madeira com assinatura do Emerson.

Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série McLaren

Gávea, oval, com os carros: Ford J Azul e Ford J Vermelho.

Interlagos, oito simétrico, com os carros: McLaren M23 e Brabham BT42.

Grande Prêmio do Brasil, que era um oval grande, com Curva Inclinada e com os carros: McLaren M23 e Tyrrel.

Fórmula 1, com os carros: McLaren M23 e Lotus 72D Preta.

Cartaz de divulgação, de 1974, com Fittipaldi na sua McLaren M23.


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4 conjuntos, incluindo o Grande Prêmio Brasil, em 1974 (Fonte: Johnny Rook).


Exemplos dos circuitos Grande Prêmio do Brasil e Fórmula 1 (Fonte: Johnny Rook).



Conjunto Interlagos do Autorama Fittipaldi série McLaren, de 1974 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Conjunto Fórmula 1, 2 fendas, com os carros Lotus 72D e McLaren M23, de 1974.


McLaren M23 com muitos detalhes. O Johnny Rook chega a comentar que acreditava que nenhum outro fabricante de carros de slot fizesse a reprodução de tantos detalhes, inclusive nos decalques. Mais um carro bem cobiçado (Foto: acervo de Marco Gavioli).


McLaren M23 (entrada de ar quadrada), de 1974 (Fonte: Johnny Rook).


McLaren M23 vista por baixo: carroceria bem longa e chassis de alumínio e latão (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Brabham que vinha nos conjuntos da série McLaren, de 1974 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Fundo da Brabham BT42 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Mecânica da série McLAren, de 1974, com o motor com caixa branca (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Detalhe do motor branco, com 2 furos redondos, de 1974 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Acelerador que vinha na série McLaren (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Transformador (Fonte) da série McLaren (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Capa do Regulamento do 2o. Campeonato Nacional de Autorama (Foto: Gustavo Benigno).


Página inicial do regulamento (Foto: Gustavo Benigno).


Final do regulamento e Ficha de Inscrição no campeonato (Foto: Gustavo Benigno).


Local para colocar a foto do competidor e os promotores do Campeonato (Foto: Gustavo Benigno).


Medalha de participação no 2º. Campeonato Nacional de Autorama (1974) (Fonte: Johnny Rook).


Medalha de 6o, lugar de Porto Alegre no 2º. Campeonato Nacional de Autorama (1974) de Paulo Strehl (Foto: acervo de Paulo Strehl).


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McLaren M23 toda cromada feita para homenagear o bicampeonato de Emerson Fittipaldi. Foi oferecida como presente para convidados em um jantar comemorativo (Fonte: Johnny Rook).


Os Fórmulas dos anos anteriores foram mantidos à venda, além de virem nos conjuntos (Foto: acervo de Marco Gavioli).



1975


Este ano a Estrela apresenta algumas novidades, chamando seus conjuntos de Autorama Fittipaldi Série Bi-Campeão, em função do segundo campeonato de Emerson Fittipaldi, em 1974. Os carros começam a ser conhecidos como 2ª. série, em função das rodas traseiras mais largas. Os pneus ainda são cinza, mas de uma micro espuma que endurece da mesma forma que os pretos. Não existem mais os “MELSA”, infelizmente.

Depois de 7 anos sem um conjunto com 4 fendas é lançado um conjunto Fórmula 1 - 4 fendas, que é o maior deles. Além deste, repetem-se os outros três (Gávea, Interlagos e Fórmula 1). O conjunto maior (Fórmula 1 de 4 fendas) é muito cobiçado e caro. As 4 fendas não ficam juntas o tempo todo. Na verdade, apenas nos 2 trechos de reta elas ficam lado a lado. Mas o conjunto traz 2 curvas inclinadas. 

São lançados: 2 novos carros - Copersucar-Fittipaldi FD-02 cinza e McLaren M23/9 (V2), com entrada de ar redonda e aerofólio traseiro mais baixo do que a de 1974; o novo acelerador, de gatilho, azul e o novo motor com 2 furos redondos, mas de cor prata. Os carros são bem bonitos, mas o acelerador foi uma perda, pois o de gatilho é bem inferior ao vermelho de polegar, de origem Revell (que era inferior ao azul de polegar, de origem Cox). O de gatilho tem a mola muito curta, ficando pouco suave e pouco progressivo. Neste ano a Estrela deixa de vender o Ford J, depois de 8 anos. É o fim da geração dos maravilhosos carros com chassis basculante de alumínio de origem Cox. A Copersucar-Fittipaldi cinza foi vendida até 1976 e a nova McLaren foi vendida até 1980.

Os Fórmula 1 anteriores continuam sendo vendidos: McLaren M23 (do ano anterior), Lotus preta, Tyrrel e Brabham. A Copersucar-Fittipaldi cinza foi fabricada apenas em 1975 e 1976.


Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série Bi-Campeão

Gávea, oval, com os carros: McLaren M23 e Lotus 72D Preta.

Interlagos, oito simétrico: Copersucar-Fittipaldi Cinza e McLaren M23.

Fórmula 1, oito assimétrico com Curva Inclinada, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Cinza e McLaren M23.

Fórmula 1 – 4 fendas, 2 oitos assimétricos, com 2 Curvas Inclinadas e com os carros: Copersucar-Fittipaldi Cinza, McLaren M23, Lotus 72D e Tyrrel.


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Propaganda da Estrela com o catálogo 75/76, da Série Bi-Campeão, com toda a equipe Copersucar-Fittipaldi (Fonte: Johnny Rook). Nesta foto só o Emerson está com o macacão vermelho, da McLaren. Isso é porque até aquele momento ele ainda tinha contrato com a McLaren, mudando de equipe só no final do ano.


Poster de divulgação do Copersucar-Fittipaldi da Série Bi-Campeão (Foto: acervo de Cedric Augusto).



Os 4 conjuntos do Autorama Fittipaldi Série Bi-Campeão, com o Fórmula 1 de 4 fendas montado. Uma curiosidade desta foto é o fato do conjunto Gávea ainda apresentar a tampa da série anterior - McLaren (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Conjunto Fórmula 1, com a Copersucar-Fittipaldi cinza e a McLaren M23/9 (entrada de ar redonda) e os aceleradores de gatilho azuis. Os aceleradores foram a 1a. grande perda.


Conjunto Fórmula 1 - 4 fendas - do Autorama Fittipaldi série Bicampeão do Mundo, de 1975 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Detalhes de itens do conjunto, inclusive um envelope para associação ao Clube Autorama. Este envelope era um formulário em que o comprador preenchia e enviava para a Estrela e passava a receber informações, dicas, instruções relacionadas ao Autorama (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Alguns carros disponíveis em 1975 (Fonte: Cedric Augusto).


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Copersucar-Fittipaldi cinza, de 1975 (Fonte: Johnny Rook). Os pneus pretos não são deste ano: são da série do ano seguinte (1976), chamada de Campeões do Mundo.


Vista do fundo do Copersucar-Fittipaldi mostrando o novo motor e o chassis ainda em alumínio e latão (Foto: acervo de Marco Gavioli).


A linda Tyrrell que vinha conjuntos da série Bi-Campeão, de 1975 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


McLaren-M23/9, de 1975: é muito parecido com o do ano anterior, exceto pela entrada de ar acima da cabeça do piloto (Fonte: Johnny Rook). Os pneus pretos não são deste ano: são da série do ano seguinte (1976), chamada de Campeões do Mundo.


Fundo da McLaren M23 com entrada de ar redonda, da série Bi-Campeão, de 1975 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Comparação das McLaren M23 de 74 (na parte de baixo da foto) e de 75 (em cima) (Fonte: Genaro Finamor). As duas eram muito bonitas!


Fotos mostrando a origem dos termos McLaren Entrada de Ar Quadrada (na esquerda) e Redonda (na direita). Dá para ver, também, que o aerofólio traseiro fica mais alto na da esquerda (Fonte: Genaro Finamor).


Outra foto evidenciando a diferença de altura do aerofólio: a haste do aerofólio do carro à direita (de 74 - entrada de ar quadrada) é bem mais alta do que a da esquerda (de 75, entrada de ar redonda). Os pneus pretos da McLaren da esquerda (aerofólio mais baixo) não são deste ano: são da série do ano seguinte (1976), chamada de Campeões do Mundo ou do Alta Rotação (a partir de 1977) (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Lotus 72D que vinha nos conjuntos da série Bi-Campeão (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Carros lançados entre 1972 e 1975 em suas caixas expositores. Da esquerda para a direita: Lotus 72D, McLaren M23 (entrada de ar quadrada), Tyrrell 003, Brabham BT34 e Copersucar-Fittipaldi cinza.


Mecânica da série Bi-Campeão, de 1975. Destaques para o motor prata (não cromado) e para as rodas de “Tala Larga”, típicas desta série (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Acima, à direita é possível ver a diferença de largura entre as rodas dos carros da série Bi-Campeão (2a. série) e das séries anteriores (as séries Fittipaldi, Campeão do Mundo e McLaren são chamadas de 1a. série e vinham com as rodas mais estreitas) (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Acelerador de gatilho, azul, introduzido na série Bi-Campeão, de 1975 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Transformador da série Bi-Campeão, do Autorama Fittipaldi (Foto: acervo de Marco Gavioli).



1976

Este ano marca um momento importante do automobilismo brasileiro. Vou aproveitar para trazer uma questão comentada pelo Johnny Rook (autor do texto – do M.S.C. – usado como principal referência para o período de 1963 a 1977) desde o ano de 1974 e reforçado, com maior detalhamento, na descrição do ano de 1976.

Johnny Rook, que eu acho que é estrangeiro, nos joga na cara – com toda a razão – é que muitos, senão a maioria de nós brasileiros, demos menos valor para a Equipe Copersucar-Fittipaldi do que deveríamos. Chegamos a fazer piadas com a equipe por seu mau desempenho, esquecendo que praticamente todas as equipes estrangeiras, mesmo com muito mais acesso à tecnologia na época, não conseguiam bons resultados nos primeiros anos. Eu penso que é algo parecido com o  que vimos com algumas indústrias, com destaque para algumas pequenas automobilísticas que não conseguiram se manter. Parece que há uma força contrária ao Brasil entrar em alguns ramos industriais...

De qualquer forma, a chegada de Emerson Fittipaldi à equipe Fittipaldi – Copersucar foi muito favorável à equipe. A Estrela novamente aproveita essa oportunidade e utiliza este fato para promoção de seus conjuntos.

Assim, no ano de 1976 são lançados os conjuntos Autorama Fittipaldi – Série Campeões do mundo. O chassis dos carros deixa de ter a parte fixa de alumínio e passa a ser todo de latão, aumentando o peso e prejudicando o desempenho, além da estética. É lançado o carro Ferrari 312T, com o qual o Niki Lauda foi campeão em 1975 (justificando o nome da Série Campeões do Mundo). Os demais itens permanecem iguais aos de 1975. A Estrela mantém o Copersucar-Fittipaldi cinza (foi o último ano deste carro), chamando-o de FD-04, apesar de ser o mesmo FD-02 do ano anterior. Em todos os conjuntos vinham os carros Copersucar-Fittipaldi Cinza e Ferrari 312 T. A Ferrari 312 T foi vendida desde o final de 1976 até 1980.


Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série Campeões do Mundo

Gávea, oval, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Cinza e Ferrari 312 T.

Interlagos, oito simétrico: Copersucar-Fittipaldi Cinza e Ferrari 312 T.

Fórmula 1, oito assimétrico com Curva Inclinada, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Cinza e Ferrari 312 T.

Fórmula 1 – 4 fendas, 2 oitos assimétricos, com 2 Curvas Inclinadas e com os carros: Copersucar-Fittipaldi Cinza, Ferrari 312 T, Lotus 72D e McLaren M23 V2.


Caixas dos quatro conjuntos vendidos em 1976.


Conjunto Interlagos, série Campeões do Mundo, do Autorama Fittipaldi de 1976, com o Copersucar-Fittipaldi e a Ferrari 312T.


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Divulgação da Estrela utilizando Emerson Fittipaldi e o carro de sua equipe como garoto propaganda em 1976 (Fonte: Johnny Rook).


Divulgação do lançamento da Ferrari 312, de 1976, em seu expositor com tampa de acrílico.


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Ferrari 312T – boa réplica da Estrela, apesar do chassis e carrocerias mais pesados que os demais (Fonte: Johnny Rook).


Ferrari 312T da série Campeões do Mundo, de 1976 (Foto: acervo de Marco Gavioli).



Fundo da Ferrari 312T com o chassis todo de latão e motor prata (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Mecânica da série Campeões do Mundo (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Transformador da série Campeões do Mundo (Foto: acervo de Marco Gavioli).

 


1977


Neste ano ocorre mais uma sobreposição entre catálogos da Estrela: no começo do ano temos itens da Série Campeões do Mundo e no segundo semestre é lançada a nova série, como descrito a seguir. Este ano tem poucas novidades. Os conjuntos passam a se chamar Autorama Fittipaldi – Série Alta Rotação a partir do final do ano. A Estrela lança uma Torre de som que representa uma torre de cronometragem. É um acessório bonito e que faz um som que deveria ser semelhante ao de um Fórmula 1. Ela é ligada por um cabo que vem na Reta de ligação e quando se aperta o gatilho do acelerador ela faz um ruído que, para mim, é meio irritante. Acho legal como acessório, mas não a deixaria ligada por muito tempo ou numa corrida para valer. A Estrela lança também o Copersucar-Fittipaldi amarela, que é idêntico ao anterior e a Estrela continua chamando de FD-04. Ele vem com o novo motor de 2 furos, com a caixa cromada e Nylon branco. A relação de transmissão é alterada, com o pinhão sendo mantido com 7 dentes, mas a coroa passa a ter 35 dentes. Essa relação só vai mudar em 1988. O Copersucar-Fittipaldi cinza sai do catálogo e os outros carros se mantêm. A Copersucar-Fittipaldi amarela foi vendida até 1980.

Não consegui confirmar os conjuntos e carros vendidos neste ano, mas como os do ano anterior e do posterior são os mesmos, vou colocar assim, indicando os carros que foram confirmados para 1978. Provavelmente essa não confirmação tem origem no problema da sobreposição dos catálogos 76-77 e 77-78.


Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série Alta Rotação

Gávea, oval, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.
Interlagos, oito simétrico, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1, oito assimétrico com Curva Inclinada, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1 – 4 fendas, 2 oitos assimétricos, com 2 Curvas Inclinadas e com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela, Ferrari 312 T, Lotus 72D e McLaren M23 V2.


Conjuntos Gávea e Interlagos, vendidos no 1o. semestre de 1977.


Conjuntos Fórmula 1 4 fendas e Fórmula 1 (2 fendas) vendidos no 1o. semestre de 1977.


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Divulgação dos produtos de 1977, com Emerson Fittipaldi no Copersucar-Fittipaldi amarelo (Fonte: Johnny Rook).


Conjunto Fórmula 1, 4 fendas, do Autorama Fittipaldi - Série Alta Rotação, de 1977 (Foto: acervo de Cedric Augusto).


Lateral da Caixa do Conjunto Autorama Fittipaldi - Série Alta Rotação - Fórmula 1 4 fendas, de 1977 (Fonte: Cedric Augusto).


Nesta foto pode ser observado que as 2 torres ficam armazenadas num compartimento abaixo dos carros: retira-se a base de isopor e acessa-se a torre (Foto:  acervo de Marco Gavioli).


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Copersucar-Fittipaldi amarela, de 1977 (Fonte: Johnny Rook).


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Fundo do Copersucar-Fittipaldi com o motor cromado (Fonte: Johnny Rook).


Motor Oxford cromado, com 2 furos e com Nylon Branco, disponibilizado a partir de 1977 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Acessório Torre de Cronometragem, que fazia um ruído à medida que se apertava o gatilho do acelerador. No detalhe é possível ver a parte de trás, com o local para encaixar a tomada que vinha na Reta de Ligação dos conjuntos com este acessório (Foto de acervo próprio).



1978


Neste ano a Estrela não traz grandes mudanças. Ela mantém o nome do conjunto, Autorama Fittipaldi, Série Alta Rotação. Nenhum carro novo é lançado, de forma que os quatro conjuntos vendidos repetem os carros (Fórmula 1) lançados anteriormente. O acelerador é o azul, de gatilho.


Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série Alta Rotação

Gávea, oval, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Interlagos, oito simétrico, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1, oito assimétrico com Curva Inclinada, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1 – 4 fendas, 2 oitos assimétricos, com 2 Curvas Inclinadas e com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela, Ferrari 312 T, Lotus 72D e McLaren M23 V2.


Conjuntos Autorama Fittipaldi - Série Alta Rotação: Gávea e Interlagos de 1978.


Conjuntos Autorama Fittipaldi - Série Alta Rotação: Fórmula 1 e Fórmula 1 4 fendas, de 1978.


Conjunto Fórmula 1 do Autorama Fittipaldi série  Alta Rotação. Na foto da direita é possível ver a Torre que fica no compartimento abaixo dos carros (Fonte: acervo de Marco Gavioli).



1979


Este ano também não teve novidades. Parece ter sido confirmada uma queda nas vendas e a Estrela se preparava para novas mudanças que viriam a partir do ano seguinte. A Estrela mantém o nome Autorama Fittipaldi, Série Alta Rotação, pelo 3o. ano consecutivo. Esta foi a série mais longeva dos Autoramas.

Não consegui confirmação dos conjuntos. Vou repetir novamente o dos anos anteriores, com os carros, que devem ser os mesmos também.


Conjuntos: Autorama Fittipaldi – Série Alta Rotação

Gávea, oval, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Interlagos, oito simétrico, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1, oito assimétrico com Curva Inclinada, com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela e Ferrari 312 T.

Fórmula 1 – 4 fendas, 2 oitos assimétricos, com 2 Curvas Inclinadas e com os carros: Copersucar-Fittipaldi Amarela, Ferrari 312 T, Lotus 72D e McLaren M23 V2.

Conjunto Gávea do Autorama Fittipaldi série Alta Rotação. Este conjunto menor foi uma das exceções em que a caixa não tinha a base de isopor: tudo era de papelão (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Carros presentes no catálogo de 1979 (e começo de 1980). Detalhe para a bonita caixa em que vinham os carros comprados à parte.


Itens do Catálogo Estrela 79/80.

Itens do Catálogo Estrela de 79/80.


Peças de reposição de várias séries dos anos 70 - exceto a de baixo, da esquerda, que já é dos anos 80 (Foto: acervo de Marco Gavioli).


Imagem

6 dos mais bonitos Fórmulas 1 da Estrela (estão faltando: Copersucar-Fittipaldi cinza e Lotus72D vermelho). Que foto representativa da melhor fase Fórmula 1 da Estrela! Da esquerda para a direita: Tyrrell, Brabham, McLaren M23, Copersucar-Fittipaldi amarela, Lotus 72D e Ferrari 312 T.


Em 1979 a Estrela encerra um ciclo importante de sua produção de Autorama. A partir de 1980 começa uma nova busca por redução de custos que leva a uma redução de detalhes que influenciam no desempenho e, principalmente, na estética dos carros. Essa história fica para a 3a. parte deste texto.


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